Há 33 anos se foi Sulivan Medeiros, a humanizadora do Hospital do Seridó

No Hospital do Seridó, em Caicó/RN, existiu uma mulher exemplo de voluntariado e caridade que se dedicou aos que sofrem e mais necessitados. Terceira filha do casal Xisto Quintino de Medeiros e Joana Massilon de Medeiros, a sabujiense Sulivan Medeiros, nascida aos 25 de Setembro de 1940, ainda muito jovem, deixa sua terra natal em busca de dias melhores ao lado dos pais e irmãos. De cidade em cidade, foi em Caicó que a família de seu Xisto se instalou, deixando neste chão o traço de um povo humilde, honesto e temente a Deus.

Como costureira no ateliê das Deodato, a sabujiense logo se firma na profissão para ajudar no sustento da casa e nos estudos dos irmãos. Católica fervorosa se dedicou a capela de São José em 1965 na congregação “Filhas de Maria” e no movimento em prol das vocações sacerdotais. Ao lado de irmã Melânia e algumas religiosas como Mariquinha de Luis Porfírio e Josefa Brasil criaram o grupo de catequese para preparar crianças para a primeira eucaristia, imprimindo assim uma educação religiosa.

Em 1965, Sulivan inicia o seu trabalho na saúde, mais precisamente no SESP como copeira. No Hospital do Seridó, após o término do curso de auxiliar de enfermagem recebe o convite do Dr. Vivaldo Costa para trabalhar na referida casa de saúde, sendo na pediatria desta unidade hospitalar que a “enfermeira” Sulivan Medeiros como era mais conhecida se dedicou aos cuidados com as crianças internadas ao lado do médico Valdemar Cordeiro Filho.

Além dos seus trabalhos de auxiliar de enfermagem, a enfermeira de vestes brancas orientava pais e acompanhantes sobre higiene, vacinação, nutrição infantil e cuidados na saúde da criança. Em procedimentos hospitalares como injeção, aplicação de soro e curativos, o “anjo branco” preparava a criança com conversas e brincadeiras antes de tais procedimentos, afim de uma internação menos dolorosa. Após a alta, a auxiliar de enfermagem ainda acompanhava o paciente infantil em seu domicilio deixando de fazer as visitas após a cura definitiva do paciente.

Em anos de trabalho na pediatria ao lado do Dr. Valdemar Cordeiro, Sulivan foi nomeada chefe da cozinha do Hospital do Seridó onde se dedicou ardorosamente aos cuidados com a boa alimentação e higienização da cozinha e do hospital como um todo. Em 19 de Janeiro de 1987, internada no Hospital Onofre Lopes  em Natal, Sulivan Medeiros queixa-se para sua irmã Socorro Medeiros de uma forte dor de cabeça. Enquanto sua irmã saiu para chamar uma enfermeira, um padre e uma freira, depois não identificados, entram na enfermaria ficando um a direita da cama e outro a esquerda, bem como Socorro a observar a conversa. Naquele momento às 6 horas, segundo testemunho, Sulivan Medeiros conversa com o padre e a freira abrindo sorrisos, em seguida fecha os olhos e dá o seu último suspiro.

Registro nesta locução o amor de Sulivan Medeiros ao próximo, principalmente aos mais sofridos que se encontram convalescendo em ambiente hospitalar. Fica aqui o exemplo de fé, esperança solidariedade e amor ao próximo, mesmo quando ele é desconhecido. Ensinamentos esses atribuídos pelo mestre maior de Sulivan Medeiros que foi Jesus Cristo.

* Por Andinho Duarte para Revista Collecione

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