Governo e prefeituras fingem que fiscalizam, empresas fazem de conta que cumprem protocolos e cidadãos caem na esbórnia

No último final de semana pipocaram fotos e vídeos de festas, principalmente em Natal e Mossoró, que foram tudo menos clandestinas. Ambientes lotados com protocolos mandados às favas. De nada adiantou o apelo às autoridades da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) para que o poder público arrochasse na fiscalização para evitar que quem trabalha direito fosse prejudicado.

Do bar chique ao boteco da periferia as aglomerações tomaram conta como se estivéssemos com leitos de UTI/covid-19 para dar e vender. Enquanto algumas famílias choram por seus mortos, outras podem escolher celebrar a vida no conforto do lar sem correr o risco desnecessário de ser o próximo a disputar uma vaga de UTI num fila que somente na primeira semana de junho já ceifou a vida de 33 potiguares. Isso mesmo.

Reforço: na primeira semana de junho 33 potiguares morreram enquanto aguardando uma vaga uma transferência para um leito crítico. Há duas semanas a ABRASEL tentou se movimentar em Mossoró no sentido de pedir que Prefeitura e Governo intensifiquem a fiscalização sobre o cumprimento dos protocolos. Nada aconteceu.

Os barzinhos viraram covidários em que as fiscalizações ficam na promessa porque os gestores temem serem acusados de perseguir trabalhadores. Todo mundo quer abrir. Quando fecha prometem cumprir os protocolos, quando abre nem todos cumprem a promessa. Quando volta a fechar reclamam que estão sendo perseguidos.

Se os protocolos fossem cumpridos, a fiscalização não seria um problema. Como não são ela não é feita para evitar crises políticas para os comerciantes.

O povo também é culpado. Não se controla. É incapaz de se conter e compreender a gravidade da situação em que estamos. Na hora que a coisa aperta sobra para quem cumpriu os protocolos de biossegurança e para os que não cumpriram. Falta autocrítica a todos.

Bruno Barreto*

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