Quem vai pagar a conta cara da brincadeira de ser deputado?

Uma brincadeira cara essa de Beto Rosado ser deputado federal mesmo sabendo que não havia votos suficientes.

A estratégia de somar seus 71 mil votos aos quase 9 mil votos do candidato da mesma coligação Kericlis Alves, mesmo ficando ainda abaixo dos 98 mil votos de Fernando Mineiro, superou a coligação de Mineiro, já que a coligação de Beto também tinha outros candidatos, e outros votos foram somados.

Porém, foi uma soma fictícia, já que os votos de Kerinho não existem e isso foi mostrado no resultado oficial no dia das eleições em 2018.

Basta conferir qualquer site com o resultado das eleições para deputado federal no Rio Grande do Norte em 2018 que você vai ver que o nome de Kerinho sequer aparece.

A manobra para contar os votos fictícios de Kerinho foi feita e foi cara – na casa do milhão – porque o time de advogados contratado reuniu profissionais de Natal e de Brasília, e que, segundo a ação, tinha como contratante o candidato Kerinho, sem os tais milhões na conta.

É que o que tornou fictícios os votos de Kerinho foi exatamente o fato de a conta dele no banco não contar com volume de dinheiro para pagar a esse time top de advogados. Kerinho teve o registro de candidatura indeferido exatamente por ter continuado a receber salário como cargo comissionado de uma prefeitura pequena, de um município pequeno. Um salário longe de alcançar um volume suficiente para sequer pensar em contratar o time top de advogados, incluindo o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Fernando Neves. Mas um salário necessário para sua vida.

Confira o time top e caro “contratado” por Kerinho:

A manobra jurídica que fez somar os votos fictícios de Kerinho terminou nesta sexta-feira, 22, quando o mesmo TRE que em outubro de 2018 anunciou que os votos não existiam, mas depois – sei lá por que cargas dágua – mudou de ideia e tornou reais…anunciou de novo, depois de um placar de 3 x 2, que eles realmente não existem.

E não existem mesmo.

Mas, a conta do time top de advogados está aí para ser paga e a pergunta continua: será declarada no imposto de renda de Kerinho ou de Beto Rosado, único beneficiado com a brincadeira cara de ser deputado, mesmo sem ter conquistado votos suficientes?

Beto diz que vai recorrer.

Quer continuar deputado mesmo depois da justiça eleitoral ter desistido da brincadeira de 2018, quando validou os votos inválidos de Kerinho.

E aí fica mais uma pergunta.

Recorrer de quê?

Os votos de Kerinho pela segunda vez foram declarados inválidos pela Justiça Eleitoral e a matemática é clara.

Mineiro foi o 3º mais votado: 98.070 votos, eleito deputado federal.

Beto ficou na 9ª colocação com 71.092 votos.

Como a bancada do RN é de 8 deputados federais, ficou ele na primeira suplência.

E na primeira suplência jogou alto para entrar.

Entrou.

Mas a conta chegou.

E ele vai recorrer.

Recorrer de quê?

Thaisa Galvão*

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