A gente tem falado muito sobre como a pandemia do novo coronavírus pode sobrecarregar o sistema de saúde. Municípios do estado do Rio de Janeiro e do Espírito Santo receberam do Exército um pedido de informações pro desafio de se preparar pro pior cenário.
O documento foi enviado em caráter de urgência pelo comando da Primeira Região Militar do Exército, responsável pela administração de todas as unidades militares dos estados do Rio e do Espírito Santo. O ofício pede aos chefes de postos que façam um levantamento de dados estatísticos referentes à quantidade de cemitérios, disponibilidade de sepulturas e capacidade de sepultamentos diários em suas áreas de responsabilidade.
Município do Rio e do Espírito Santo foram notificados. Mas o Exército preferiu não informar quantas nem as cidades. Alguns prefeitos que receberam o pedido encararam como um sinal de alerta.
“Eu não posso, de forma alguma, afrouxar as nossas medidas, porque se o Exército está perguntando isso, é porque estão fazendo o levantamento estatístico, justamente diante uma possibilidade de caos na nossa saúde pública”, destacou o prefeito de Três Rios, Josimar Salles.
“Tem muita gente me perguntando sobre esse documento. Chegou, sim, em Petrópolis. É do Exército, Ministério da Defesa. Estamos fazendo todo tipo de trabalho para evitar a contaminação da população aqui na nossa cidade”, disse o prefeito de Petrópolis, Bernardo Rossi.
“Não estou tranquilo com a pandemia, por isso que eu, como prefeito, e cada um dos gestores desse país, está trabalhando com medidas para minimizar essa crise que existe e é real”, afirmou o prefeito de Paraíba do Sul, Alexandre Bouzada .
Em nota, o Exército informou que planeja sua atuação com base no levantamento de cenários hipotéticos, visando mitigar os efeitos nocivos da pandemia junto à sociedade.
Nesta sexta-feira (17), operários construíam mais 12 mil gavetas para sepultamento no maior cemitério do Rio. A concessionária informou também que aumentou a capacidade do novo crematório. O número de cerimônias diárias já passou de cinco para 12.
A empresa, que administra outros seis cemitérios no Rio, divulgou fotos dos funcionários com equipamentos de proteção e afirma que eles receberam treinamento para os enterros de vítimas e de casos suspeitos da Covid-19.
Em Volta Redonda, no Sul Fluminense, um caminhão frigorífico chama atenção. Ele foi estacionado em frente ao hospital público referência de coronavírus. O motorista que levou o caminhão para o local gravou um vídeo. “Vamos ‘se’ conscientizar aí, galera, vamos ‘se’ conscientizar”, defendeu. A Secretaria Estadual de Saúde informou que a estrutura faz parte de ações preventivas e que ainda não foi usada.
Em Manaus, em um hospital público, corpos que estavam desde quarta-feira (15) ao lado de pacientes em salas e corredores foram finalmente removidos. Eles estão agora em uma câmara frigorífica instalada perto da unidade. Militares da Marinha foram acionados para descontaminar as áreas críticas do Hospital João Lúcio.
Manaus é a única das 62 cidades do Amazonas que tem leitos de UTI exclusivos para coronavírus.
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