Como se sabe, neste domingo o Brasil cruzou a barreira dos mais de 4,2 mil casos de mortes por coronavírus registrados. Foram exatos 4.205 mortos.
É inevitável lembrar daquele debate aqui no UOL em que o deputado e ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, calculou que não se chegaria, no Brasil, ao número de mortes ocorridas durante a epidemia do H1N1 (gripe suína), entre 2009 e 2010.
Ali foram 2.100 óbitos registrados segundo ele, e agora seriam menos. Em uma entrevista posterior, Terra afirmou que se o número de mortes passasse de 2,1 mil, seria por uma margem pequena.
Pois bem. Já passamos do dobro desse número.
O blog perguntou ao deputado a que ele atribui seu erro de cálculo. Se agora admite que a pandemia do coronavírus será mais forte no Brasil do que a do H1N1. Mais: se mantém a mesma opinião contrária ao isolamento, e que fazer com a lotação das UTIs?
Terra respondeu:
“Mantenho tudo que disse. Inclusive que estamos no pico da epidemia e que deveremos assistir, a partir de agora, uma diminuição de internações hospitalares de casos do Covid, como podes ver na curva que faz a coluna azul no gráfico anexo, que é do Ministério da Saúde.”
Ele admite o erro quanto ao número de mortes. Mas faz ressalvas: “Em relacão ao número de óbitos, realmente é um cálculo difícil de fazer com muita antecedência, em qualquer epidemia. Fiz essa estimativa muito para mostrar que as previsões catastróficas do virologista Átila Lamarino —de mais de 1 milhão de mortes no Brasil, e que foi amplamente divulgada, inclusive em entrevista no Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo—assim como a previsão publicada no Intercept Brasil, que morreriam exatos 432.000 pessoas, eram absurdas.
Tales Faria*