Blog do Dina: O vermífugo ivermectina não previne contra o coronavírus e seu uso está sendo administrado da forma chamada off label, ou seja, usado fora da bula e destinação para a qual se propõe.
O uso da medicação ganhou fama de milagroso após um estudo em abril publicado na Antiviral Research constatar que a ivermectina foi capaz de neutralizar a infecção do coronavírus em testes de laboratórios.
O medicamento é utilizado atualmente prescrito individualmente por médicos, sem respaldo científico que permita a prescrição generalizada. Nesse cenário, ela pode produzir resultados para algumas pessoas, mas mesmo assim não previne contra a covid-19. Uma vez infectado, quem tomou ivermectina poderá, no máximo, sofrer menos efeitos da doença.
Onde está o problema? Nas circunstâncias dos testes.
O teste em laboratório (in vitro) foi feito isolando células a as infectando com coronavírus. Depois, essas células receberam ivermectina em alta dosagem.
Essas doses foram capazes de remover todo o RNA viral das células em 48 horas, já que o medicamento é capaz de inibir uma proteína usada pelo novo coronavírus para se movimentar pelo núcleo celular e começar sua replicação.
Acontece que teste in vitro precisa ser replicado e obter os mesmos resultados em testes clínicos, ou seja em humanos, que não podem receber as elevadas doses que foram aplicadas individualmente às celulas.
Assim, um primeiro ponto é obter uma dosagem segura para humanos, coisa que ainda não existe. Há estudos clínicos em andamento.
Atualmente, a droga é administrada
OS FATOS
1) Os estudos já concluídos em humanos levaram a OMS a classificar a ivermectina como de baixo resultado, ou seja, não há dados suficientes para concluir que ela tem benefícios comprovados de maneira imperativa;
2) O Conselho Federal de Medicina já precisou se posicionar informando que não existem evidências robustas de alta qualidade que possibilitem a indicação de uma terapia farmacológica específica para a covid-19
Fontes
Conselho Federal de Medicina alerta sobre uso de fármacos não comprovados para combater a covid-19