Atos previstos para feriado da Independência perdem força

Os sistemas de inteligência das Forças Armadas — em especial, o do Exército — e da Polícia Militar do Distrito Federal identificaram sinais de arrefecimento no engajamento para os atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF), no 7 de Setembro. A informação foi passada ao Correio por um alto oficial militar. Ele disse que somente no domingo será possível conhecer o real tamanho dos protestos programados pelo país. Mesmo com essa avaliação, em Brasília, um forte esquema de segurança está sendo montado para proteger as sedes dos Poderes na Esplanada dos Ministérios.

“Já foi maior. A poeira está baixando”, afirmou o oficial, sob condição de anonimato, a respeito da adesão de civis e militares aos atos do feriado. Segundo ele, cresceu na cúpula das Forças Armadas a percepção de que não há a menor possibilidade de rompimento com a democracia, mesmo ante as pressões do presidente para que elas atuem como moderadoras da crise entre o Executivo e o Judiciário — o que é inconstitucional.

A fonte acrescentou que, para os militares de altas patentes, o país tem muitas prioridades, sobretudo o combate à pobreza, à inflação e ao desemprego. “Eles, inclusive, endossam as manifestações feitas pelo PIB em favor da democracia”, enfatizou, referindo-se a um manifesto organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com a adesão de mais de 200 entidades empresariais.

Os protestos do 7 de Setembro foram convocados por apoiadores do governo, em meio às ofensivas de Bolsonaro contra o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente passou a ser investigado em inquéritos nas duas Cortes depois de dizer que não haverá eleições em 2022 sem a adoção do voto impresso. Organizadores dos atos, como o cantor sertanejo Sérgio Reis, se tornaram alvo de investigações da Polícia Federal após prometerem “invadir” e “quebrar” a sede do Supremo para retirar os ministros à força.

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