Lancha, obra em Angra: bens de Lessa cresceram após crime, aponta delação

Em delação sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o ex-PM Élcio de Queiroz afirmou que viu, após o crime, crescer o patrimônio de Ronnie Lessa, acusado pela morte da vereadora e do motorista.

O que aconteceu

Segundo a delação, Lessa disse a Élcio que o motivo do assassinato era “pessoal”, e não por dinheiro. O delator afirmou à polícia, no entanto, que não acreditou no colega. Segundo o ex-PM, Lessa teve um “acréscimo muito grande” de bens. As investigações ainda não indicaram quem foi o mandante do crime (e se há um mandante).

Suspeito pelo crime comprou caminhonete e lancha, fez uma viagem e estava construindo uma casa em Angra dos Reis, relatou o delator. Lessa teria dito a Élcio que tinha dinheiro para fazer obras em duas casas: uma em Angra e outra na Barra da Tijuca.

Élcio apontou Lessa como autor dos tiros que mataram Marielle e Anderson. Ele disse que dirigiu o carro que emparelhou com o da vereadora no momento do crime. O atirador, segundo ele, estava no banco de trás, armado com a submetralhadora usada na execução.

No caminho [para o local do crime] fui perguntando qual é a situação. Aí ele [Lessa] falou que era a vereadora, falou o nome, mas eu não sabia quem era. Mas aí eu falei: o que é a situação? Ele falou que era pessoal. Mas tem dinheiro nisso aí, o que é? Aí ele falou não, é pessoal. Aí fomos seguindo, ele foi me orientando.

Ex-PM Élcio Franco, em delação à PF

O que diz o advogado de Ronnie Lessa

A defesa de Lessa mantém versão de que Ronnie Lessa não participou dos crimes. Segundo o advogado Bruno Castro, Lessa afirma que assistia a um jogo do Flamengo contra o Emelec, do Equador, no momento dos assassinatos, na noite de 14 de março de 2018. A versão foi mantida mesmo após os novos desdobramentos do caso.

Nunca conversei com o Ronnie sobre os pontos que vieram a público com a delação do Élcio. O Ronnie sempre disse que não participou do crime e que assistia a um jogo de futebol no bar Resenha, na Barra da Tijuca, no momento da execução da Marielle.

Bruno Castro, advogado de Ronnie Lessa

UOL*

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