Lideranças partidárias de União Brasil, PP e Republicanos têm trabalhado intensamente para tirar do papel uma federação partidária que envolva as três siglas ainda para as eleições de 2024. Nas últimas duas semanas, caciques dos três partidos decidiram encaminhar uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para dirimir todas as dúvidas sobre uma eventual associação partidária entre os partidos. A dúvida é se uma federação partidária pode ser instituída faltando este tempo para as eleições.
Na prática, a federação partidária opera como uma só legenda e, por esse motivo, está submetida às mesmas regras aplicadas aos partidos políticos. No Rio Grande do Norte, os deputados federais Paulinho Freire (União Brasil), João Maia (PP) e Robinson Faria, de saída do PL, estão articulando para este último assumir o Republicanos no Estado.
Robinson teve uma conversa no fim de semana com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o líder do União, deputado Elmar Nascimento (BA). Robinson tem votado a favor de pautas da base do Governo Lula desde o ano passado. Assim, Paulinho torce para que dê tempo para a formalização neste ano. O Republicanos teria que caminhar ao seu lado.
Federação
As negociações para a formação da superfederação entre PP, União e Republicanos, contudo, só devem avançar a partir de março, quando haverá uma troca de comando no União Brasil. Atual vice da legenda, Antonio Rueda é o nome de acordo para suceder o deputado Luciano Bivar (PE) na presidência nacional do partido. Bivar é apontado internamente como principal entrave até aqui para que a federação das três legendas vingasse, já que perderia o comando do partido ao se unir às outras duas legendas. Por outro lado, Rueda é um dos principais entusiastas da união das legendas e já disse a aliados que viabilizar a federação será uma de suas primeiras ações como presidente do partido.
Pano de fundo
Os principais candidatos à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados estão no União Brasil e no Republicanos. Há uma avaliação de que dois nomes estão mais fortes na disputa pelo seu apoio: o líder da União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP). Segundo relatos, Lira tem afirmado a eles que apoiará quem se viabilizar na disputa. A federação deixaria todo mundo junto.
Anistia
No Programa Roda Viva, o senador e líder da oposição, Rogério Marinho (PL) foi questionado pelo jornalista Ricardo Corrêa, do Estadão, após defender anistia para as pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro. O potiguar afirmou que o “Brasil tem uma tradição de apaziguamento”. E argumentou: “Eu estava em 2017 quando a praça dos Três Poderes foi invadida violentamente por milhares de manifestantes de esquerda que quebraram e depredaram prédios públicos, eles não foram condenados a 17 anos de prisão. Como é que se toma o governo em um domingo, com mulheres e crianças? É evidente que houve baderna, mas é evidente também que precisamos partir para a pacificação”, justificou.
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