A suspeita de desvio de emendas parlamentares destinadas ao hospital de Santa Cruz do Sul (RS), alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (13), tem base em contrato e notas fiscais que previam o desvio de 6% dos valores, segundo a PF.
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de um assessor do deputado Afonso Motta (PDT-RS), Lino Rogério da Silva Furtado, e do diretor administrativo de uma entidade de transporte do governo do Rio Grande do Sul, Oliver André Fiegenbaum, também suspeito de envolvimento no esquema.
Um contrato entre o hospital e a empresa de Fiegenbaum, citado pela PF no pedido de busca e apreensão, previa explicitamente “a contratação dos serviços do contratado para fins de captação de recursos através de indicação de emendas parlamentares”.
“Em contrapartida aos serviços prestados, o contratado receberá 6% sobre o valor por ele comprovadamente captado”, diz o contrato do hospital com a CAF Representação e Intermediação de Negócios.
Pelo serviço, eram emitidas notas fiscais, que também continham uma descrição exata do serviço: “Referente captação de recursos através de indicações de emendas parlamentares”. O total de pagamentos nessas notas fiscais foi R$ 509,4 mil.

Duas dessas notas fiscais, de R$ 309 mil e R$ 117 mil, não envolvem emendas de Afonso Motta, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República). Apenas uma delas, de R$ 100,2 mil, seria ligada a emendas desse parlamentar.
UOL*