No início desta semana, Walter Alves (MDB) recebeu na Vice-Governadoria o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), que é pré-candidato a governador, para uma conversa reservada. As testemunhas foram o deputado estadual Kleber Rodrigues (PSDB) e o chefe de gabinete de Walter, Saintclair Câmara (MDB), que vai disputar vaga na Assembleia Legislativa em 2026 com a alcunha “Saintclair de Garibaldi”.
A reunião – e principalmente o vazamento de sua existência – aguçou uma percepção que já é clara nas hostes governistas: Walter está desconfortável com o PT e começa a mandar sinais de sua insatisfação. Primeiro, foi o deputado estadual Dr. Bernardo (PSDB), ligadíssimo a Walter, dizendo que uma eventual renúncia antecipada da governadora Fátima Bezerra seria “bom” para o MDB. Agora, essa reunião com Allyson vazada para a imprensa.
Nas últimas semanas, ficou a ficar cada vez mais evidente que o vice-governador está incomodado com a demora de Fátima Bezerra em fazer gestos para o MDB. Walter Alves vê o tempo passar sem que o PT comece a transição de fato da gestão.
O vice-governador só vai assumir a principal cadeira do Centro Administrativo de maneira definitiva em 2026, depois que Fátima renunciar para ficar apta a disputar o Senado. Mas Walter esperava começar a dar ordens já em 2025.
O filho de Garibaldi acredita que o MDB já poderia ocupar espaços mais generosos na estrutura do governo. Um exemplo é o comando da Companhia de Águas e Esgotos (Caern), que está prometida a Walter e ao presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira. Até agora, porém, nada de a mudança ser oficializada.
Nos bastidores do Governo Fátima, a avaliação que surge é que a reunião com Allyson serviu para Walter mandar um recado: que ele não está dormindo e pode “aprontar” em 2026 caso o PT não prestigie o MDB enquanto está com o comando da máquina. Alguns aliados da governadora começam a indicar que talvez seja mesmo o caso de a transição de governo ser, de fato, acelerada.
Fonte: Diariodorn*
