O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu nesta quinta-feira 4 mobilização contra o projeto que prevê anistia a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A declaração foi feita durante encontro com ativistas na comunidade Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte (MG).
“Outra coisa que nós temos que saber, se for votar no Congresso, nós corremos o risco da anistia. O Congresso, vocês sabem, sabem não é um Congresso eleito pela periferia. O Congresso tem ajudado o governo, o governo aprovou quase tudo o que o governo queria, mas a extrema-direita tem muita força ainda. É uma batalha que tem que ser feita também pelo povo”, disse Lula.
A oposição articula a votação da proposta, que prevê perdão aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes e pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso ele seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.
Na conversa com os ativistas, Lula também defendeu maior participação das periferias em debates nacionais. “É um momento em que a gente precisa politizar nossas comunidades”, afirmou.
O presidente criticou ainda defensores de interferência norte-americana no Brasil. “Nós estamos vendo agora os falsos patriotas nos EUA pedindo intervenção para o presidente Trump [dos Estados Unidos] no Brasil. Os caras que fizeram campanha embrulhados na bandeira nacional, dizendo que eram patriotas, agora estão embrulhados na bandeira americana pedindo para o Trump intervir no Brasil”, declarou.
A primeira-dama, Janja da Silva, também falou durante o encontro e pediu apoio dos ativistas na comunicação. “Nós temos que ser os comunicadores deste governo. Só assim a gente consegue atingir. Se a gente ficar só dependendo da Secom fazer videozinho para colocar no Instagram, não vai funcionar”, disse.
“A gente precisa fazer comunicação boca a boca como a gente fazia 20 anos atrás quando não tinha rede social. A gente precisa voltar a fazer isso nas nossas periferias”, completou.
Esta foi a sétima visita de Lula a Minas Gerais em 2025. O presidente esteve no estado em março, abril, junho, julho e agosto, com agendas em diferentes regiões, incluindo inaugurações, anúncios de obras e encontros com setores da indústria.