Medidas de prevenção, controle e combate ao Coronavirus tem se mostrado, do ponto de vista da consciência pública, pouco eficazes em Caicó.
Apesar das ações adotadas pelo Governo do Estado e Prefeitura, além do “excesso” de informações veiculadas pela imprensa escrita, falada e televisiva, sobre os cuidados para que a população em geral possa se prevenir da doença, já é visível que parte da nossa cidade não está dando ouvidos nem importância a tais medidas:
Será que é devido às declarações e orientações irresponsáveis do presidente Bolsonaro?
Será que é porque nosso estado de ansiedade, angústias e necessidades de toda ordem, nos deixa cegos para a realidade?
Será que é porque acreditamos em Sant’Ana, mas adotamos a máxima de São Tomé, ou seja, só acredito quando eu ver ou acontecer comigo?
Será que é porque precisamos, sempre, da força das leis punitivas e do Estado autoritário para obedecer ao óbvio?
Ou será que é porque queremos manter nossa tradição de cidade arrogante, que se acha – “O pedacinho do céu” – mesmo perdida, sem rumo nem direção?
Ou será que estamos colocando toda nossa autoconfiança e fé judaico-cristã no álcool gel?
Após poucos dias fechado, 60% do comércio local começa a reabrir; feirantes já começam, timidamente, a reocupar o espaço da feira livre ao lado do açougue público; restaurantes já anunciam que abrirão as portas normalmente, a partir da próxima segunda-feira, depois vêm bares, espetinhos e lanchonetes contribuir com sua parte para o nosso belo quadro social (e quem os impedirá?).
Por um rápido passeio pelo centro da cidade e adjacências é comum ver aglomerações de pessoas em filas de farmácias e casas lotéricas, além de observar idosos andando, despreocupadamente pelas ruas do centro ou simplesmente sentados em calçadas, esquinas e em frente a algum ponto comercial que, por enquanto, ainda está fechado.
Enfim, fica uma interpelação no ar: será que tudo isso se dá porque pessoas pensam estarem imunes ao vírus? Ou será que é porque, por a cidade ainda não ter diagnosticado nenhum caso real da doença, alguns acreditam que tudo não passa de ficção ou de uma poderosa fake news vinda da China, Europa e EUA para controlar o mundo?
Tantas informações, repetidamente, 24 horas, por, dias e noites em todos os canais de comunicação, não tem sido suficiente para todos compreenderem a gravidade da crise?
Parece que a desobediência civil as avessas, estimulada pelo próprio Presidente da República tem transformado a ignorância num orgulho nacional: é “Deus acima de tudo e o lucro, o capital e os mercados acima da vida!” Mas ao vivo, a coisa está bem pior!
Com a palavra, a Secretaria Municipal de Saúde e seus respectivos mandatários.
Professor: Antônio Neves – Caicó RN.