Tratamento VIP dado a Sarí Côrte Real, do caso Miguel, é mais uma injustiça

Por: Nina Lemos

“Ela está com medo do quê, que não pode esperar a delegacia abrir, como todos os outros esperam?”, a frase foi dita ontem por Mirtes Renata de Souza, mãe de Miguel, que morreu ao cair de um prédio onde a mãe trabalhava como empregada doméstica.

Ela se referia a Sarí Corte Real, sua ex-patroa, que foi autuada por homicídio culposo (sem a intenção de matar) pela morte do menino. Sarí, que é primeira-dama do município de Tamandaré (PE), prestou depoimento ontem em uma delegacia em Santo Amaro (na grande Recife) que abriu mais cedo especialmente para recebê-la, em uma espécie de tratamento VIP.

Sarí é acusada de ser responsável por um crime que chocou o país. Apesar da monstruosidade da situação e da repercussão do caso, ela tem sido tratada com privilégios desde o início. Mirtes, que foi ontem à delegacia acompanhada de familiares, se referia ao fato da delegacia ter aberto 2h antes só para receber a acusada.

Sim, a repartição abriu antes das 6h da manhã, quando o horário de atendimento normal é ás 8h. A polícia obedeceu pedidos dos advogados da autuada, que disseram que havia “riscos de aglomeração de pessoas e o risco de agressão à depoente por parte de populares”.

Bem, claro que houve aglomeração, se não na entrada, na saída: a população revoltada causou um começo de tumulto quando Sarí saiu da delegacia(mas ela não se machucou). A pergunta que fica é: um reles mortal teria a mesma mordomia?

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