67% rejeitam aproximação de Bolsonaro com o centrão, diz Datafolha

A maioria da população reprova a iniciativa do governo Jair Bolsonaro de negociar cargos e verbas com congressistas, de acordo com pesquisa Datafolha.

A maior parte dos entrevistados também entende que o presidente não está cumprindo a promessa da campanha eleitoral de não oferecer vagas no governo e a liberação de recursos para obter apoio no Congresso.

O Datafolha ouviu 2.069 pessoas na segunda (25) e na terça-feira (26) em todo o país.

Disseram que o presidente age mal ao negociar cargos e verbas 67% dos entrevistados, ante 20% que entendem que ele age bem.

A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Por causa da pandemia do novo coronavírus, as entrevistas foram feitas por telefone, método que exige questionários rápidos, sem a utilização de estímulos visuais.

Nas últimas semanas, o presidente, que se elegeu pelo PSL e está sem partido desde o ano passado, promoveu uma aproximação com legendas do chamado centrão para ampliar seu apoio no Congresso.

Partidos como PP, PL e Republicanos estão gerenciando a distribuição de cargos da administração federal para atrair siglas menores à base governista no Congresso.

Houve nomeações para cargos como a direção do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e para a superintendência de trens urbanos do Recife, por exemplo, de indicados do Avante e do PSC, respectivamente.

Na pesquisa, 64% disseram que o presidente não está cumprindo o que prometeu na eleição de 2018 sobre a relação com o Legislativo. Acham que ele está cumprindo a promessa 29%, e 8% não souberam responder.

Nas duas perguntas sobre o assunto, a reprovação ao comportamento do presidente tende a ser maior entre jovens de 16 a 24 anos e entrevistados com ensino superior.

Entre aqueles que dizem ter votado em Bolsonaro em 2018, as taxas se invertem, e 49% consideram que o presidente está cumprindo a promessa, ante 42% que veem descumprimento do anunciado na época.

Na disputa eleitoral, o atual presidente costumava falar em acabar com o que chama de “velha política”, moldada no toma lá dá cá.

O “toma lá” são os vários cargos de segundo e terceiro escalão da máquina federal, postos cobiçados por caciques partidários para manter seu grau de influência em Brasília e nos estados.

FOLHAPRESS

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