Academia, aliança, carros: como casal usava dinheiro de campanha de filho doente

Renato e Aline Openkoski, que arrecadaram mais de R$ 3 milhões em uma campanha para tratar a doença do filho em 2017, foram presos nesta semana. O casal de Joinville (SC) gastou parte do dinheiro arrecadado com uma viagem e compras de itens como celulares e até um carro. Eles foram condenados em 2022 por estelionato e apropriação de bens.

Como gastava o casal preso?

Celulares e peças automotivas. Em março daquele ano, o casal se apropriou indevidamente da quantia de R$ 4.396,00 para comprar dois aparelhos celulares da marca Motorola, no modelo Moto Z, sendo um para cada. No mesmo mês, Renato usou R$ 1.066,00 da campanha para comprar peças automotivas em uma loja de Joinville.

Com o passar dos meses, os gastos com o dinheiro arrecadado na campanha foram se somando — especialmente com a compra de artigos inusitados, como: uma carabina de pressão Hatsan, uma luneta, uma capa de tecido para luneta, um faqueiro, mensalidade de academia para o casal e também para outros parentes, roupas e sapatos, um skate, despesas em restaurantes e casas noturnas, produtos da marca Herbalife, uma mesa, um aparelho de som JBL e um fone de ouvido.

Entre os itens de maior valor está um carro KIA Sportage, avaliado em R$ 140 mil. Além disso, também foram gastos R$ 7.883,12 em uma viagem do casal a Fernando de Noronha, e adquiridos um iPhone de R$ 3.612,02 e um par de alianças no valor de R$ 3.581,50.

O que aconteceu

A Polícia Civil de Santa Catarina cumpriu os mandados de prisão de Renato e Aline Openkoski na quarta-feira (22). Os dois foram condenados a penas que, somadas, chegam a 70 anos de prisão em regime fechado pela prática dos crimes de estelionato e apropriação de bens.

Os dois eram responsáveis pela campanha denominada “AME Jonatas”, que arrecadou cerca de R$ 3,6 milhões. Ação foi lançada em 2017 para ajudar o filho do casal. Jonatas tinha a doença degenerativa AME (Atrofia Muscular Espinhal). A criança morreu em 2022.

As doações seriam usadas para ajuda no tratamento da criança, diziam os pais. Eles comprariam um remédio chamado Spinraza, fabricado nos EUA. Cada dose custa R$ 367 mil. O garoto havia tomado as primeiras doses quando começaram as suspeitas sobre seus pais.

Caso começou a ser investigado após denúncias sobre a mudança no padrão de vida do casal. Inclusive com postagens de uma viagem à ilha de Fernando de Noronha, no Réveillon de 2017, levando o caso ao MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).

Eles fugiram de Balneário Camboriú (SC), cidade onde residiam. “Após exaustivo trabalho de inteligência, investigação e campanas, eles foram localizados em Morro do Meio, em Joinville”, disse a polícia, em nota. Ambos foram encaminhados ao sistema prisional catarinense.

UOL*

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