Em rápida entrevista na noite desta segunda-feira (25), após solenidade no Theatro Municipal em que vereadores concederam título de cidadã paulistana a Michelle Bolsonaro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve um chilique e buscou se vitimizar, afirmando que está sendo perseguido, ao ser indagado sobre as duas noites que passou na Embaixada da Hungria após a apreensão de seu passaporte.
Indagado sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu prazo de 48 horas para ele dar explicações sobre a empreitada, Bolsonaro surtou.
“Sobre a embaixada. Ministro intimou você a dar explicações?”, indagou uma repórter. “Você quem está dizendo”, respondeu o ex-presidente.
Em seguida, um outro jornalista perguntou se “é normal dormir em embaixada como ex-presidente?”. Bolsonaro, então, aproveitou para citar a visita do ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, que está no STF, a uma comunidade do Rio de Janeiro.
“Não é normal ir no Complexo do Alemão conversar com traficante”, rebateu Bolsonaro, pedindo uma “segunda pergunta, embaixada não vale mais”.
Diante das respostas evasivas, que fizeram os repórteres insistirem na questão, o ex-presidente respondeu: “algum crime, por ventura, ir à embaixada?”.
O estopim para o chilique veio na sequência, quando um jornalista voltou a indagar o motivo de ele ter dormido na embaixada por duas noites – sendo que a casa do ex-presidente fica a cerca de 15 minutos do local.
“Não vou te responder porque tem muita senhora aqui, tá?”, surtou o ex-presidente.
“Porventura dormir na embaixada, conversar com embaixador. Há algum crime nisso?”, emendou Bolsonaro, caindo na vitimização.