Dos oito deputados federais do Rio Grande do Norte, apenas Natália Bonavides (PT) votou contra o perdão de dívidas tributárias de igrejas evangélicas acumuladas junto à Receita Federal, que totalizam R$ 1 bilhão. O projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional em 15 de julho, mas voltou à tona essa semana. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem até a próxima sexta-feira (11) para vetar ou sancionar a proposta.
A bancada evangélica é um dos pilares de sustentação do presidente no Congresso Nacional. Em diferentes ocasiões, Jair Bolsonaro já defendeu a possibilidade de acabar com taxas ainda pagas pelas igrejas. O projeto foi proposto pelo deputado federal David Soares (DEM-SP), cujo pai é fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, uma das instituições que podem ser beneficiadas.
A Igreja tem R$ 37,8 milhões inscritos na dívida ativa da União, além de outros débitos na casa dos milhões, junto à Receita Federal.
Diante das inúmeras denominações evangélicas, uma das dificuldades é conseguir abrir a caixa preta da prestação de contas dessas igrejas.
Cientista social e professor da UFRN, Orivaldo Lopes Júnior criticou o modelo de administração das igrejas:
“Mesmo nas mais democráticas, onde essas informações chegam, elas são muito truncadas. Os problemas vão crescendo exponencialmente, até se tornarem inviáveis. É o que aconteceu com a maioria. Elas chegaram ao ponto de insolvência em termos de prestação de contas junto à previdência. Ou as igrejas venderiam o patrimônio para pagar essas dívidas ou ela (a dívida) seria perdoada, mas os administradores dessas igrejas preferem a morte à perder o patrimônio. É isso que está acontecendo”, avalia.
Veja os deputados que votaram NÃO e SIM ao perdão da dívida de R$ 1 bilhão das igrejas evangélicas:
Natália Bonavides (PT-RN) – NÃO
Benes Leocádio (REPUBLICANOS-RN) – SIM
General Girão (PSL-RN) – SIM
Rafael Motta (PSB-RN) – SIM
Carla Dickson (PROS-RN) – SIM
Beto Rosado (PP-RN) – AUSENTE
Walter Alves (MDB-RN) – SIM
João Maia (PL-RN) – SIM