Dilma Rousseff diz que “é inaceitável furar a fila” e recusa convite de Doria para se vacinar em São Paulo

A ex-presidenta da República Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta quinta-feira (21) ser “inaceitável furar a fila” e recusou o convite feito pelo governador de São Paulo João Doria (PSDB) para tomar a vacina antes dos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia.

– Agradeço, mas diante das circunstâncias tenho o dever de recusar a oferta, por razões éticas e de justiça”, afirmou a ex-presidenta.

m nota, Dilma defendeu o SUS, o Butantan e a Fiocruz, exaltou os profissionais de saúde, reconheceu e saudou a solidariedade e a atitude humanitária do governo chinês “que proporcionou a parceria entre o Estado São Paulo/Butantan e o laboratório Sinovac para a importação e a fabricação das vacinas em nosso país”, disse.

Para a ex-presidenta Dilma, a vacinação é uma derrota do negacionismo.

Na terça-feira (19), o prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB) ameaçou furar a fila e ser o primeiro a se vacinar na capital potiguar para, segundo ele, “dar o exemplo”. No entanto, após a repercussão negativa do anúncio, ele voltou atrás e desistiu da ideia.

Confira a nota, na íntegra, da ex-presidenta Dilma Rousseff:

Recebi o convite do governador de São Paulo para ser vacinada com a Coronavac no dia 25 de janeiro, em Porto Alegre. Agradeço, mas diante das circunstâncias tenho o dever de recusar a oferta, por razões éticas e de justiça. O Plano Nacional de Vacinação deve ser respeitado e, se é certo que a vacinação já começou, não há montante de vacinas disponível para que eu, agora, seja beneficiada. É inaceitável “furar a fila”, que deve ser estritamente respeitada por todos os brasileiros. Neste momento, considero imprescíndivel que sejam atendidos, de acordo com o Plano, primeiramente os trabalhadores da área da saúde que estão na linha de frente da luta contra a Covid19, além dos idosos que vivem em asilos e o grupo de idosos brasileiros mais expostos ao risco de adoecer gravemente ou morrer. Aguardarei pacientemente a minha vez e quero adiantar que já estou com o braço estendido para receber a Coronavac.

Faço questão de prestar tributo à contribuição do SUS, do Butantan e da Fiocruz, que são tão importantes e estratégicos para a saúde pública no Brasil e para o desenvolvimento das vacinas. Denuncio todos aqueles que, ao longo dos últimos anos, tentaram destruí-los, seja por restrição de recursos orçamentários, seja por visão preconceituosa, como ficou claro na saída dos médicos cubanos, seja por defender propostas privatistas.

Enalteço o trabalho dedicado dos epidemiologistas, biólogos, infectologistas, pesquisadores e servidores do sistema SUS, em especial da Fiocruz e do Butantan, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente. Estendo estas homenagens e agradecimentos a todos os que se dedicam a combater esta pandemia que, por desleixo e desuminadade do governo federal, já roubou a vida de mais de 210 mil pessoas e está matando brasileiros até mesmo por falta de oxigênio.

Por fim, reconheço e saúdo a solidariedade e a atitude humanitária do governo chinês, que proporcionou a parceria entre o Estado São Paulo/Butantan e o laboratório Sinovac para a importação e a fabricação das vacinas em nosso país.

É uma vitória da cooperação entre os povos e da ciência e uma derrota do negacionismo.

DILMA ROUSSEFF

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