UOL – A Lava Jato deflagrou em 4 de março de 2016 ações autorizadas pelo ex-juiz federal Sergio Moro que tiveram como alvo o ex-presidente Lula —na ocasião, ele foi levado para depor coercitivamente à Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, enquanto seu apartamento em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e um sítio em Atibaia (SP) foram alvos de mandados de busca e apreensão.
Ao longo desse dia e no seguinte, procuradores da República integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba acompanhavam os desdobramentos da operação e trocavam impressões por meio de mensagens em um chat do aplicativo Telegram. O conteúdo dos diálogos versa de piadas que depreciam Lula até elogios da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
As conversas constam em material apreendido pela PF na Operação Spoofing —que prendeu em 2019 suspeitos de invadir os celulares de Moro e de procuradores da Lava Jato. O sigilo das mensagens foi levantado na última segunda-feira (1º) pelo ministro do STF Ricardo Lewandowiski.
O UOL procurou a assessoria de imprensa do MPF (Ministério Público Federal), que informou que os procuradores não se manifestarão. Na segunda-feira, Moro reiterou não reconhecer a autenticidade das mensagens.