Em 30 dias, coronavírus supera número de mortes da pandemia por H1N1 em 2009 no Brasil

A primeira morte registrada oficialmente em 2020, pelo novo coronavírus no Brasil, foi no dia 16 de março, até hoje dia 18 de abril, o Covid -19 já levou a óbito 2,141 pessoas. Esses dados superam o total registrado em 2009 por H1N1, no auge daquela pandemia. Naquele ano, a primeira morte foi registrada em junho.

Mesmo com alta subnotificação por falta de testes, reconhecida pelo próprio Ministério da Saúde, o País confirmou, até 17 de abril, 33.682 testes positivos e 2.141 óbitos pela covid-19. Em 2009, foram 50.482 casos e 2.060 mortos pelo vírus influenza, segundo dados do governo federal.

Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a H1N1 como pandemia de julho de 2009 a agosto de 2010. No segundo ano, a doença perdeu força pelo reforço de medicamento e vacina no tratamento.

Em 22 de março, o presidente Jair Bolsonaro errou ao prever que a covid-19 mataria menos que a H1N1 em 2019, quando o total de óbitos já foi inferior ao do ano de pandemia. “O número de pessoas que morreram de H1N1 no ano passado foram na ordem de 800 pessoas. A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”, afirmou.

O deputado federal Osmar Terra (MDB) também minimiza a covid-19 usando dados sobre a H1N1. Ele chegou a ser cotado ao cargo de ministro da Saúde, agora ocupado pelo oncologista Nelson Teich.

Ministro da Saúde em 2009, o médico José Gomes Temporão disse no fim de março em entrevista ao Estado que a covid-19 é muito mais grave do que a pandemia enfrentada por ele.

“A letalidade e o número de casos graves do H1N1 é muito mais baixa que do novo coronavírus. O número de pessoas que adoece, precisa de ventilação pulmonar, é significativamente menor na pandemia de 2009. Uma outra diferença importante é a situação do sistema de saúde. Hoje estamos mais frágeis do ponto de vista financeiro”, disse Temporão.

O ex-ministro também afirmou que o País não adotou medidas de isolamento social amplo à época justamente pela menor gravidade da doença. “Quando o H1N1 chegou, o que percebemos era que não era uma doença com muita diferença do que os vírus da gripe comum. Claro, tivemos óbitos, a população não tinha imunidade.”

ESTADÃO CONTEÚDO

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