Embaixada chinesa reage a postagem de Eduardo Bolsonaro e fala em ‘consequências negativas’

A embaixada chinesa no Brasil afirmou nesta terça-feira (24) que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) segue os Estados Unidos para caluniar a China e pediu que a retórica norte-americana seja abandonada para evitar “consequências negativas”.

A declaração, postada em redes sociais, é uma resposta a publicações feitas na segunda-feira (23) pelo deputado, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara.

No Twitter, Eduardo disse que o programa Clean Network, ao qual o Brasil declarou apoio, pretende proteger seus participantes de invasões e violações a informações particulares. Segundo ele, a iniciativa afasta a tecnologia da China e evita espionagem do país asiático.

“Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”, completou o deputado, que depois apagou parte das publicações.

Em resposta, também pelo Twitter, a embaixada do país asiático disse que o deputado acusou a China de fazer espionagem cibernética e ressaltou que ele defendeu iniciativa que discrimina a tecnologia de 5G chinesa.

“Tais declarações infundadas não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Prestam-se a seguir os ditames dos EUA no uso abusivo do conceito de segurança nacional para caluniar a China e cercear as atividades de empresas chinesas. Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento”, afirmou.

A representação diplomática disse ainda que a China é o maior parceiro comercial do Brasil, respondendo por 33% das exportações brasileiras.

De acordo com a embaixada, o deputado tem produzido declarações infames que “solapam a atmosfera amistosa entre os dois países” e prejudicam a imagem do Brasil.

“Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”, afirmou.

A embaixada disse que os EUA têm um “histórico indecente” em matéria de segurança de dados. Segundo a representação, políticos norte-americanos interferem na construção da rede 5G em outros países e constroem mentiras, além de bloquear a gigante chinesa Huawei.

FOLHAPRESS

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