Flávio Bolsonaro repassou R$ 500 mil de fundo partidário a advogado ligado ao caso Queiroz, diz jornal

Com dinheiro público, PSL contratou escritório do advogado que teria vazado informações da PF ao filho do presidente da República

O PSL nacional contratou e pagou com dinheiro público, por 13 meses e meio, o escritório Granado Advogados Associados, do qual o advogado Victor Granado Alves é sócio. O advogado tem o nome envolvido no suposto vazamento de informação da Polícia Federal, que teriam beneficiado a família do presidente Jair Bolsonaro no caso do ex-assessor Fabrício Queiroz. As informações foram reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo o veículo, o contrato do PSL e o escritório ocorreu em fevereiro de 2019, a pedido do senador Flávio Bolsonaro quando ainda era filiado à legenda (hoje ele está no Republicanos-RJ). Foram 40 mil reais por mês, pelo menos 500 mil reais no total, com dinheiro do fundo partidário, verba pública que abastece os partidos.

Notas fiscais de prestação de contas do PSL referentes a 2019 mostram que o escritório foi contratado no mesmo mês em que Flávio Bolsonaro assumiu uma cadeira no Senado Federal, segundo Folha de S. Paulo.

Em tese, o escritório foi contratado para prestar serviços jurídicos ao diretório do partido no Rio de Janeiro, comandado por Flávio Bolsonaro, a partir de fevereiro de 2019. Além disso, relatório das atividades citam “consultoria jurídica prestada às bancadas parlamentares em geral” e “atendimentos diversos”.

Acontece que Victor Granado Alves foi apontado como um dos assessores do Flávio que teriam recebido informações vazadas da Polícia Federal, por um delegado, sobre a abertura da operação Furna da Onça, que tinha Queiroz como alvo. A informação foi revelada pelo empresário Paulo Marinho, em entrevista à Folha de S. Paulo publicada no sábado 16.
Marinho afirmou que Flávio foi avisado durante as eleições presidenciais de 2018, dois meses antes da Polícia Federal deflagrar a operação.

O delegado que vazou a informação teria aconselhado Flávio a demitir Queiroz e a filha, que trabalhava no gabinete de Jair Bolsonaro quando era deputado federal. Os dois foram exonerados em outubro de 2018, segundo entrevista ao veículo. Marinho deve prestar depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira 20.

A interferência política na Polícia Federal é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro queria trocar o comando da PF para interferir no trabalho da corporação. As acusações de Moro alimentaram a hipótese de crime de responsabilidade por parte de Bolsonaro.
Fonte: Carta Capital.

Gostou? Compartilhe...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Sobre Brasil

Rolar para cima