“Foi como se tivesse vindo do PCC”, diz deputada ameaçada por Eduardo Bolsonaro

“Me senti muito ameaçada, como se tivesse vindo do PCC, não vi diferença por causa da possível ligação com milícias” – é assim que a deputada federal Dayane Pimentel (PSL-BA) reagiu à nova onda de ameaças de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contra ela.

Integrante da base de apoio a Jair Bolsonaro até o final de 2019, a deputada federal Dayane Pimentel (PSL-BA) ingressou nesta terça-feira (14) com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e disse que pretende registrar um boletim de ocorrência. Ao abrir o Instagram na segunda-feira (13), um dia após participar do ato do MBL na avenida Paulista (SP), a congressista viu que o parlamentar lhe havia marcado em um story. Na imagem, ela aparecia de mãos dadas com Bolsonaro pai, era chamada de traidora e tinha um alvo em cima de seu rosto.

“Me senti muito ameaçada, como se tivesse vindo do PCC, não vi diferença por causa da possível ligação com milícias. E ele [Eduardo Bolsonaro] não é qualquer deputado, tem milhões de seguidores, é filho do presidente. Estava incentivando para que loucos façam alguma coisa contra mim, e essas pessoas são capazes de fazer, sim, porque acham que assim vão ser reconhecidos pela família Bolsonaro”, afirmou à coluna Universa, publicada no portal Uol. 

“Estamos protocolando um boletim de ocorrência, farei denúncia ao Ministério Público e ingressei com uma representação no Conselho de Ética da Câmara. Vou usar todas as ferramentas possíveis. O que ele fez não foi uma brincadeira. Vieram muitas reações da claque dele, ataques, ofensas”, complementou.

A deputada rebateu o rótulo de traidora. “Na verdade, fomos nós os parlamentares que nos sentimos traídos por Bolsonaro, porque ajudamos o presidente a ser eleito em busca de uma agenda que não foi cumprida. Mas nosso alcance é menor que os filhos do presidente, por exemplo. Seus aliados querem, com a força digital que tem, carimbar a traição em nós”, continuou.

“Comecei a me sentir traída já no início de 2019, quando apareceram os primeiros casos de corrupção envolvendo o Flávio [Bolsonaro, senador]. Sempre diziam para a gente que era mentira, perseguição”, disse.

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