Grave: Na CPI, Mandetta diz que Bolsonaro tentou alterar bula da cloroquina para medicamento ser indicado contra covid

De uma gravidade gigante a declaração do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na CPI da Covid que começou a ouvir os primeiros convocados.

Mandetta afirmou que o presidente Jair Bolsonaro queria que a Anvisa alterasse a bula da cloroquina para que o medicamento fosse indicado no tratamento da Covid-19.

Que horror.

E crime, vamos combinar?

A Ciência já constatou que a cloroquina é ineficaz contra a doença. Segundo Mandetta, o pedido para alterar a bula foi negado pelo presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.

O ex-ministro foi à CPI na condição de testemunha, quando há o compromisso de dizer a verdade sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho.

“Eu estive dentro do Palácio do Planalto quando fui informado, após uma reunião, que era para eu subir para o terceiro andar porque tinha lá uma reunião com vários ministros e médicos que iam propor esse negócio de cloroquina, que eu nunca tinha conhecido. Quer dizer, ele tinha esse assessoramento paralelo”, disse Mandetta.

“Nesse dia, havia sobre a mesa, por exemplo, um papel não timbrado de um decreto presidencial para que fosse sugerido daquela reunião que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa, colocando na bula a indicação da cloroquina para coronavírus. E foi inclusive o próprio presidente da Anvisa, [Antonio] Barra Torres, que disse não.”

*

Mandetta disse ainda em seu depoimento que era “constrangedor” explicar divergências com o presidente sobre medidas de isolamento social, e “que provavelmente” Bolsonaro se aconselhava sobre a pandemia com fontes de fora do Ministério da Saúde.

Segundo o ex-ministro, o governo não quis fazer campanha oficial contra a Covid.

Ele disse ainda que a política de testagem em massa foi abandonada depois que ele deixou a pasta, e que a falta de unidade na ação do governo confundiu a população e teve impacto na pandemia.

Mandetta também disse que Bolsonaro duvidou dos números apresentados, que à época estimavam 180 mil mortos até dezembro de 2020, caso o país não adotasse medidas firmes.

“Eu expliquei. 180 mil óbitos para quem tinha na época menos de mil era um número muito difícil de você fazer uma assertiva dessa. Eu acho que ali ficou dúvida, porque tinha ex-secretários de saúde, parlamentares, que falavam publicamente: ‘Olha, essa doença não vai ter 2 mil mortos, essa doença vai durar de quatro a seis semanas’”, afirmou o ex-ministro.

Bolsonaro negou campanha mas ministro das Comunicações pagou milhões por novela

Do Blog – Engraçado que o governo se negou a fazer uma campanha publicitária para chamar atenção da população sobre os cuidados necessários para tentar evitar a contaminação.

Mas…enquanto se negava a informar à população, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, pagou 3 milhões e meio de reais à Rede Record pelos direitos da EBC, emissora pública, veicular a novela bíblica “Os Dez Mandamentos”.

Thaisa Galvão*

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