“O Estado brasileiro foi moldado em uma ordem politicamente fechada. Tivemos um governo militar por duas décadas, e a maior parte do aparelho estatal foi construído sobre essa égide. Eram grandes empresas estatais focadas em capital físico, principalmente infraestrutura. Até tivemos um período de rápido crescimento, com muito investimento público. Mas o Estado foi feito sobre essa [teoria] hobbesiana, do Leviatã, do poder absoluto dos regimes centralizados.”
A saída desse modelo, continuou Guedes, está incompleta. E é isso, ainda no entender dele, que tem prejudicado o Brasil desde a redemocratização.
“Quando começamos a transição para um regime político aberto, começou simultaneamente uma transformação do estado brasileiro. Era natural que as aspirações sociais de um Estado emergente começasse a moldar a gestão […] Estamos em meio a uma transição incompleta. O Estado brasileiro ainda não conseguiu ser moldado à imagem e semelhança de uma democracia.”
O Antagonista