Em artigos publicados nas últimas horas, depois da nota das Forças Armadas com ameaças à CPI da Covid e ao Congresso, jornalistas analisam a participação de militares no governo de Jair Bolsonaro e apontam que a gestão dos oficiais no Ministério da Saúde, em especial no combate à pandemia, é marcada por esquemas de corrupção.
O escândalo no Ministério da Saúde envolve, entre outros militares, o ex-ministro Eduardo Pazuello e o secretário executivo da pasta, coronel Élcio Franco.
“O ex-secretário-executivo coronel Élcio Franco — aquele que usa o broche de uma caveira esfaqueada — estava no lado oposto ao de Ricardo Dias. Enquanto brasileiros morriam, vacina passara a ser uma moeda de troca numa disputa de poder”, escreveu a jornalista Miriam Leitão, em sua coluna desta quinta-feira.
Já a jornalista Tereza Cruvinel questiona: “A nota [dos militares] termina dizendo que as Forças Armadas “não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”. E o que farão se ficar provado que alguns dos seus, ativos ou da reserva, participaram do esquema de corrupção que vai sendo desvendado no Ministério da Saúde? Vão fechar o Congresso ou dar uma prova de republicanismo, pregando a punição de todos, inclusive dos seus?”.