Marco histórico para a ciência potiguar: astrônomos da UFRN realizam missão observacional remota no ESO a partir de Natal

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) viverá um evento histórico no período de 15 a 24 deste mês de fevereiro a partir de uma missão observacional remota pioneira no European Southern Observatory (ESO) com o telescópio de 3,60m do observatório do ESO, localizado em La Silla, no deserto do Atacama, no Chile. Essa missão, que será conduzida pelos professores Izan de Castro Leão e Bruno Leonardo Canto Martins, do Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE), é parte de um ambicioso programa científico, iniciado em 2018, dedicado à busca por Exoplanetas orbitando estrelas que possuem cinturões de asteróides parecidos com aqueles existentes no nosso Sistema Solar.

A presença de cinturões de asteróides num sistema planetário é uma das condições fundamentais para a possível existência de atividade biológica em planetas do referido sistema, como acontece com o planeta Terra, no Sistema Solar. No nosso caso, existe um cinturão de asteróide localizado na região compreendida entre as órbitas de Marte e Júpiter, composto por bilhões de corpos sólidos de formato irregular com dimensões variando do tamanho de uma pedra a centenas de quilômetros de diâmetro, bem como por cometas. “Provavelmente a água da Terra pode ter vindo desses asteróides ou cometas que colidiram com nosso planeta ainda na sua fase de formação”, afirma o professor José Renan de Medeiros, do Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE).

Nesse programa científico, que conta também com a participação do professor Renan e de vários doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Física da UFRN, Izan e Bruno observaram sistematicamente uma amostra de 60 estrelas denominadas estrelas do tipo-solar por terem muitas propriedades físico-químicas similares àquelas do Sol.

Essas observações serão realizadas com o espectrômetro HARPS (High Accuracy Radial Velocity Planet Searcher) instalado no telescópio de 3,60m de diâmetro do ESO, em La Silla, principal instrumento descobridor de planetas em operação. Nessas observações será utilizado também o Pente de Frequências Laser do ESO, que é um instrumento de calibração com a capacidade de aumentar significativamente a precisão do espectrômetro HARPS e, portanto, sua capacidade de detectar planetas.

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