Mesmo com Pandemia: 162 mil servidores federais receberá adicional por progressão em 2020

Um em cada quatro servidores do Executivo federal conseguirá elevar o salário neste ano com progressões ou promoções na carreira. Uma brecha na lei que congelou salários do funcionalismo até o fim de 2021 permite que esses adicionais continuem sendo liberados.

Segundo o Ministério da Economia, 100 mil servidores ascenderam na carreira entre janeiro e agosto. Outros 62 mil devem ser beneficiados até dezembro. Atualmente, o Executivo federal conta com cerca de 602 mil funcionários públicos ativos.

Reportagem publicada pela Folha nesta sexta-feira (25) mostrou que o custo anual com as progressões automáticas por tempo de serviço e promoções por mérito, como no caso de cursos de capacitação, chega a R$ 500 milhões no Executivo federal.

Essas progressões representam a maior parte do crescimento da folha de salários do governo, o que pressiona a regra do teto de gastos e limita outros tipos de despesa no serviço público.

O número mostra apenas uma fatia do custo total aos cofres públicos, já que as progressões também são comuns nos Poderes Judiciário e Legislativo, bem como nos estados e municípios.

Entre os 100 mil que avançaram nas carreiras neste ano, estão servidores do Ministério da Economia, Banco Central e Itamaraty, órgãos que reúnem algumas das carreiras mais bem pagas do funcionalismo.

Diante da crise causada pela pandemia da Covid-19, que reduziu a renda de milhões de trabalhadores da iniciativa privada, o ministro Paulo Guedes (Economia) propôs ao Congresso que os salários dos servidores públicos federais, estaduais e municipais fossem congelados, assim como as progressões e promoções nas carreiras do funcionalismo, até o fim de 2021.

Por pressão política, o Congresso deixou a brecha para que a ascensão nas carreiras ainda fosse permitida. O lobby do funcionalismo é um dos mais fortes entre os parlamentares.

FOLHAPRESS

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