Militares, que hoje conspiram contra urnas, ganham R$ 350 mil acima do teto graças a portaria de Bolsonaro

Generais do governo federal receberam até R$ 350 mil a mais em um ano após uma portaria assinada por Jair Bolsonaro (PL) e que permite o acúmulo de salários e aposentadorias acima do teto constitucional. Ao todo, 43 militares da reserva se beneficiaram da nova regra. A medida foi editada em abril do ano passado.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o maior aumento foi para o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, que teve direito a R$ 874 mil nos 12 meses desde a publicação da portaria. Se o teto salarial tivesse sido aplicado, ele teria R$ 350,7 mil a menos em seu contracheque.

Com a medida de Bolsonaro, militares ocupantes de cargos no primeiro escalão do governo ganharam mais do que R$ 39,3 mil, que é o salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o teto do funcionalismo.

Após Ramos, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, foi o militar que mais ganhou – R$ 866 mil, R$ 342 mil acima do teto constitucional.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, vem em terceiro na lista, com R$ 318 mil a mais em um ano.

O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, teve R$ 306 mil a mais em um ano. 

Entre os militares da reserva que se beneficiaram da nova regra, está Jair Bolsonaro, que tinha R$ 2,3 mil abatidos de seus vencimentos mensais antes da norma. 

‘Conspiração contra as urnas’

Além de se beneficiarem com a medida, militares também vêm conspirando contra o sistema eleitoral brasileiro, em alinhamento com o discurso de Jair Bolsonaro, que tem defendido atuação das Forças Armadas na checagem do resultado das próximas eleições, ou seja, defende a possibilidade de um golpe caso ele seja derrotado.

A Polícia Federal informou, em inquérito, que Luiz Eduardo Ramos e Augusto Heleno atuaram na busca de informações contra as urnas eletrônicas desde 2019.

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