Ministro Queiroga e a declaração #Fake na CPI da Covid sobre infectados no Campeonato Brasileiro

Da verdade que passou longe no depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta terça-feira na CPI da Covid, no Senado:

“Campeonato Brasileiro de Futebol aconteceu com mais de cem partidas, dentro de um ambiente controlado, sem público nos estádios, e houve apenas um caso positivo”

O G1 pesquisou e comprovou que essa declaração do ministro é #FAKE.

E explicou porque:

Houve 302 casos positivos para Covid-19 em jogadores que participaram da Série A do Campeonato Brasileiro de 2020, iniciado em 8 de agosto de 2020 e encerrado em 25 de fevereiro de 2021. Ao considerar os demais profissionais que atuam nos times que participaram, o número sobe para 320 infectados. O levantamento foi feito pelo Esporte Espetacular.

Logo na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, a partida entre Goiás x São Paulo, realizada em Goiânia (GO), foi adiada após vários jogadores do time da casa testarem positivo para a Covid-19 na manhã da partida.

Na Série B, um jogador do Avaí teve que ser substituído em janeiro durante o intervalo da partida após testar positivo para a Covid-19. O teste foi feito na manhã da partida, no dia 16, e o resultado foi informado apenas com a partida ocorrendo.

O levantamento de casos de Covid-19 nos times mostrou o cenário da doença em cada um dos clubes que participaram da Série A do Campeonato Brasileiro. Dentre os 20 participantes, mais da metade teve mais de um “time completo” infectado, ou seja, mais de 11 jogadores. Vasco e Fluminense lideraram a lista, com 26 profissionais cada um. O Palmeiras apareceu em seguida, com 24. O Flamengo, campeão da última temporada, teve 21 casos no elenco.

Além dos casos, houve uma morte em razão do novo coronavírus registrada durante o torneio: a do massagista Jorginho, do Flamengo.

Em um momento posterior do depoimento, Queiroga disse que o caso a que se referiu foi o único com “transmissão em campo”. Tal afirmação não se sustenta, já que é impossível atestar a origem da infecção nos mais de 300 atletas e profissionais das comissões técnicas.

“A probabilidade de transmissão da Covid-19 em ambientes abertos é muito pequena se os pilares de prevenção da doença, como uso de máscara e distanciamento físico forem seguidos, que são fatos que não ocorrem durante jogos de futebol. O contato físico é inevitável em esportes coletivos, aumentando o risco de transmissão respiratória entre os atletas. Além disso, o contato dos profissionais não ocorre somente nos jogos oficiais, mas também nos treinos, dentro dos vestiários, nos hotéis, durante o transporte aos jogos e, pior ainda, no compartilhamento de garrafas de água que vemos frequentemente”, afirma a infectologista Ana Helena Germoglio, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital da Asa Norte (HRAN), referência no tratamento de Covid-19 no Distrito Federal.

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