O ex-presidente Jair Bolsonaro se expôs a ser colocado no lugar de irrelevante com o ato deste domingo, 16 de março.
Não importa se o ato reuniu 18.000 pessoas, como informou o grupo de pesquisa da USP, ou 30.000, como indicou o Datafolha. De fato, é claramente impossível que tivessem 400 mil pessoas em Copacabana, como informou a contagem da PM.
As imagens do auge do ato não permitem ter essa dimensão. A PM não explicou como chegou a esse número. Não explicou por uma razão óbvia: não tinha como chegar a este número.
Mas aqui essa quantidade para menos ou para mais (muito mais) importa pouco. Aqui, o mais relevante é que Bolsonaro se empolgou com a mobilização que foi se construindo para o ato.
Bolsonaro confiou tanto nela que se arriscou a projetar mais de meio milhão de pessoas para estarem em Copacabana em sua defesa. Sim, em sua defesa, ainda que o discurso público seja a defesa das pessoas “humildes” condenadas pelo vandalismo contra a democracia no 8 de janeiro.
O ato se tratava de uma aposta. Era uma aposta sobre a capacidade de engajamento do bolsonarismo, a capacidade de mobilização de Bolsonaro como líder popular.
Uma aposta de que a narrativa de que a maioria das pessoas presas no 8 de janeiro era apenas pessoas de bem que foram para Brasília apenas para orar, rezar, citar versículos. Quem depredou? Quem depredou foram os outros. Quais outros? Bolsonaro desconhece.