Tortura, espancamento, asfixia, violência sexual, prisões arbitrárias, censura, repressão e violações de direitos humanos. Num informe produzido pela ONU, a entidade refuta a tese do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a situação na Venezuela seria apenas uma “narrativa” criada contra Nicolas Maduro e alerta que crimes contra a humanidade ocorreram no país.
Nesta semana, o presidente brasileiro contestou a pressão internacional contra o venezuelano, chamando a operação contra Maduro de um processo que envolvia a criação de uma “narrativa”.
Mas num informe detalhado sobre as operações de repressão na Venezuela contra a oposição, a ONU alertou ainda em 2022 que as agências de inteligência militares e civis do estado funcionam para implementar um “plano orquestrado nos mais altos níveis do governo para reprimir a dissidência através de crimes contra a humanidade”.
De acordo com os investigadores internacionais, o presidente Nicolas Maduro “orquestrou” o plano e constatou o papel de indivíduos em diferentes níveis nas cadeias de comando para suprimir a oposição ao governo.
Tais atos envolveram a prática de atos de tortura extremamente graves que equivalem a crimes contra a humanidade. O documento foi produzido pela Missão Internacional Independente de Investigação de Fatos da ONU sobre a República Bolivariana da Venezuela (FFMV).
“De acordo com a análise da Missão e as informações recebidas, dissidentes reais e supostos e opositores do governo foram alvos de detenção com base em critérios que incluíam sua suposta participação em conspirações contra o governo, seus papéis de liderança ou potencial de liderança, seus papéis dentro da oposição política, suas críticas públicas ao governo e, em alguns casos, seu potencial de serem submetidos a atos de extorsão”, disse o informe.
Jamil Chade*