Deputados e senadores classificaram a saída do ex-ministro Abraham Weintraub do Brasil como uma fuga e criticaram o uso do passaporte diplomático de ministro horas antes da exoneração oficial. Depois de ter anunciado sua saída do Ministério da Educação (MEC), Weintraub recebeu uma indicação para o Banco Mundial, em Washington. Ele deixou o país na noite de sexta (19) e, após o desembarque em solo americano, a exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Colecionador de polêmicas, Weintraub é investigado no âmbito do inquérito das fake news, que investiga ataques feitos contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Em ato contra o STF no domingo (14), ele voltou a atacar a Corte. “Já falei a minha opinião, o que faria com esses vagabundos”, disse ele, que defendeu, em reunião ministerial de 22 de abril, que os ministros do Supremo fossem presos.
O líder da Minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), considerou que o uso do passaporte diplomático de ministro foi ilegal e imoral. “A utilização do passaporte diplomático de ministro foi ilegal, além de imoral. É desvio de finalidade. Como fugitivo internacional que é, Weintraub deve ser deportado ao Brasil e ser preso”, disse ele.
Para a ex-líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), a viagem de Weintraub para os Estados Unidos teve “cara de fuga”. Ex-aliada do governo, ela afirmou que o presidente Jair Bolsonaro arriscou a imagem do Brasil ao indicar Weintraub para uma cadeira no Banco Mundial.