Dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados se reúnem nesta sexta-feira (27), no Rio de Janeiro, com o novo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates. O ex-senador teve o nome aprovado para o comando da empresa pelo conselho de administração nesta quinta-feira (26).
O objetivo é debater propostas para os novos rumos da Petrobrás defendidas pelas lideranças sindicais e já apresentadas ao presidente Lula (PT) em reuniões de trabalho e analisadas no grupo de transição de Minas e Energia, do qual Prates e o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, fizeram parte. A reconquista de direitos trabalhistas e previdenciários dos petroleiros também está na pauta.
Entre as propostas que serão abordadas estão revisões no atual Plano Estratégico (PE) da Petrobrás 2023/2027, aprovado em 2022 pela gestão bolsonarista da empresa, e mudanças na atual política de preços de paridade de importação (PPI) implementada pelo ex-usurpador da Presidência da República Michel Temer em 2016 – e mantida por Bolsonaro. O PPI vincula o preço dos combustíveis à variação do dólar, ao preço do barril do petróleo no mercado internacional e aos custos de importação dos derivados.
Os focos mais imediatos do novo PE, defendidos pela FUP, são a suspensão e reversão das privatizações das unidades da empresa, conclusão das obras em andamento (como a expansão da Refinaria Abreu e Lima — Rnest – em Pernambuco) ou que estão paralisadas, como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), além de novos investimentos em exploração e produção, respeitando conteúdo local, e em transição energética, com garantias de transição justa, com processos de inclusão dos trabalhadores.
Nesse contexto, está a revitalização do programa de biocombustíveis, com a preservação da PBio – Petrobras Biocombustíveis – e a retomada de suas plantas de produção de biocombustíveis, assim como o investimento em pesquisas para o desenvolvimento do hidrogênio verde.
Também estão na agenda do encontro investimentos no setor de fertilizantes, com vistas à conclusão das obras da fábrica de Mato Grosso do Sul e a reabertura da unidade do Paraná.
Entre os ativos privatizados por Bolsonaro ou em fase de privatização serão destacados a Refinaria Landulpho Alves (Rlam, atual Refinaria de Mataripe, na Bahia), a Refinaria do Amazonas (Reman), a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX, no Paraná) e a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor, no Ceará).
Também serão debatidos “temas centrais para a categoria petroleira, na busca de reconquista de direitos históricos, que foram perdidos durante os governos Temer e Bolsonaro, a exemplo dos descontos abusivos nos planos de saúde e na previdência complementar, principalmente de aposentados e pensionistas, muitos deles com contracheque zerado de seu benefício”, afirma o coordenador-geral da FUP. Além disso, será tratada a reposição de efetivo, com a realização de novos concursos públicos na Petrobrás.