Luan Morais da Silva, de 24 anos, é o filho de Ornaldo Viana, de 54 anos, o motorista de aplicativo morto na madrugada de 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo, em decorrência de colisão com o Porsche de Fernando Sastre de Andrade Filho, que dirigia a quase 156 km/h no local. Ao Uol, ele quebrou o silêncio e falou com a imprensa pela primeira vez sobre a perda do pai.
De acordo com a reportagem que o ouviu, o jovem apresenta oscilações de humor em dois sentidos: tristeza e revolta. Ele contou que antes da tragédia a família estava planejando um Domingo de Páscoa quando falou com o pai pela última vez. Os planos eram ir para a Igreja de manhã e almoçar logo em seguida. Mas o pai não voltaria vivo para casa naquele dia.
“Ele (Sastre) destruiu minha família, colocou fim na nossa vida. Dia das Mães vai ser um almoço sem ele (Ornaldo). Esse cara acabou com uma história. Meu pai só fazia o bem, ajudava todo mundo, fazia serviço comunitário. Tinha o sonho de visitar a mãe dele que está doente no Maranhão. Ele juntava dinheiro para conseguir comprar a passagem”, revelou.
Na última sexta-feira (3), a Justiça de São Paulo determinou a prisão preventiva de Sastre e, após ele não ser encontrado pela polícia no sábado (4), está foragido. As autoridades fazem diligências na tentativa de capturá-lo. Sobre isso, Luan se diz grato ao trabalho da Polícia Civil e acredita que a Justiça esteja sendo feita.
Mas independente da Justiça ser ou não ser feita, o estrago está posto. O jovem revelou que sua mãe e sua irmã “não param de chorar” e que ele “sempre irá se espelhar” na figura do pai. Ao ser perguntado se um dia perdoaria o Playboy do Porsche, não quis comentar.
Revista Forum*