‘PT ignora machismo dependendo do agressor’, diz Tabata sobre candidatura de Zé de Abreu

No início de outubro, numa típica quarta-feira parlamentar, dia mais intenso de atividades no Congresso, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) salta de um compromisso a outro, se dividindo entre reuniões internas com sua equipe, entrevista a uma rádio e atividades da Comissão de Educação da Câmara, da Comissão Externa sobre Violência Doméstica contra a Mulher e de um grupo de trabalho para prevenção de suicídios entre jovens.

No fim do dia, antes de descer ao plenário para as votações da noite, ela separa uma brecha na agenda para receber por quarenta minutos uma jovem estudante da Universidade de Brasília, aspirante à política, em seu gabinete — um espaço apertado com mobiliário em madeira antiquado e ar condicionado que mal funciona, típico do anexo IV da Câmara, cujo principal atrativo é a vista para a Praça dos Três Poderes.

“Foi a melhor agenda do meu dia”, diz ao final.

Tabata recebeu a BBC News Brasil em seu gabinete no início de outubro, num momento em que passa por um novo turbilhão de ataques vindos da direita à esquerda, situação que atribui ao fato de não rezar fielmente a cartilha de nenhum dos lados, intensificada por sua condição de jovem mulher. Ela conta que é justamente nesses encontros com novas lideranças, especialmente femininas, que renova sua motivação na vida pública. Na sua visão, apenas com o aumento das mulheres na política, em uma transformação estrutural que deve levar anos ainda, esse ambiente se tornará menos hostil e violento para elas.

Embora a deputada esteja no fim do seu terceiro ano de mandato, a BBC News Brasil presenciou o momento em que, ao se dirigir ao plenário da Câmara, foi parada por um segurança para checar se ela era deputada — muito embora levasse em seu vestido o mesmo broche que os deputados carregam para distingui-los do restante do público que circula na casa.

POR BBC NEWS BRASIL

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