O advogado João Rezende, defensor do general Freire Gomes, revelou em entrevista ao Bastidores CNN que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres discutiu a suposta minuta golpista na presença do militar. Esta declaração traz novos elementos à investigação sobre tentativas de ruptura democrática no final do governo Bolsonaro.
Segundo Rezende, não houve contradições nos depoimentos de Freire Gomes, desde as declarações à Polícia Federal até a acareação recente.
O advogado esclareceu que seu cliente nunca afirmou que a minuta encontrada na casa de Torres era idêntica à discutida, mas confirmou que o conteúdo abordado era o mesmo. Rezende confirmou que Anderson Torres participou de encontros onde foram debatidas medidas de exceção previstas na Constituição, como GLO, Estado de Defesa e Estado de Sítio. O ex-ministro teria feito comentários jurídicos sobre essas questões na presença de Freire Gomes, embora não se tratasse das reuniões específicas de 7 ou 14 de dezembro, no final do governo Bolsonaro.
O advogado também abordou a polêmica sobre uma suposta ordem de prisão dada por Freire Gomes ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Rezende, o general não chegou a dar voz de prisão, mas alertou sobre possíveis consequências jurídicas, incluindo prisão, caso certas medidas fossem adotadas. Rezende atribuiu as diferentes interpretações dos depoimentos aos perfis distintos dos envolvidos. Enquanto o brigadeiro Baptista Júnior tem um perfil mais incisivo, Freire Gomes é descrito como mais sereno e cordial. O advogado sugeriu que essa diferença de temperamento pode ter levado a interpretações mais enfáticas por parte de Batista Júnior.