Em momentos diferentes, políticos ligados a Jair Bolsonaro tentaram espalhar informações falsas em programas da GloboNews, mas foram confrontados pelas apresentadoras.
As jornalistas Andréia Sadi e Camila Bomfim, ambas âncoras da GloboNews, desmentiram e enquadraram dois políticos bolsonaristas que tentavam espalhar fake news em programas diferentes da emissora.
Durante entrevista ao programa “Estúdio i”, comandado por Andréia Sadi, na tarde desta segunda-feira (30), o candidato à presidência do Senado, o ex-ministro e senador Rogério Marinho (PL-RN), do mesmo partido de Jair Bolsonaro, teve de se calar quando foi confrontado pela jornalista.
A pauta que estava sendo abordada na entrevista era a disputa pela presidência do Senado, que terá eleição nesta quarta-feira (1º)
“Não posso impedir que o deputado, no seu conceito de violabilidade do mandato, possa se expressar. É essa inércia do parlamento”, declarou Marinho, se referindo a uma eventual “censura” sobre os parlamentares da sua “ala” no Congresso Nacional.https://d-20087508212907068898.ampproject.net/2301112346000/frame.html
Em seguida, foi interrompido por Andréia Sadi. “O senhor me desculpa, o senhor sabe, eu respeito o senhor. É um debate, nós somos da democracia. Mas só para deixar claro, não tem censura prévia em relação ao que o senhor está dizendo. Ninguém está censurando”, rebateu a jornalista.
“O que o senhor falou: ‘o deputado ou o senador censurado que não sabe o que vai dizer’. Não é disso que se trata. São parlamentares que divulgam conteúdo fraudulento”, prosseguiu Sadi.
O senador tentou interromper, já quase sussurrando, mas a âncora continuou: “Estou defendendo a democracia. O senhor está dizendo que existe uma ‘censura prévia’ de algo que ninguém sabe que vai ser dito, não é sobre isso. Nós estamos falando de pessoas que divulgam conteúdo fraudulento, incitando violência, golpismo, atos terroristas e por aí vai. Não posso crer que o senhor, um democrata que o senhor está dizendo que é, compactue com isso”.
Eduardo Girão tentou responsabilizar governo Lula por atos terroristas
Uma cena semelhante ocorreu no programa “Conexão”, também da GloboNews, nesta segunda (30). Aliado de Bolsonaro e candidato à presidência do Senado, Eduardo Girão (Podemos-CE) tentou responsabilizar o governo do presidente Lula (PT) pelos atos terroristas de 8 de janeiro, em Brasília.
“Inclusive, o próprio ministro Flávio Dino diz que abriu a janela num domingo na Esplanada dos Ministérios e que parece que não tinha assessores. Ele estava lá e assistiu aquilo tudo acontecer quando poderia ter convocado a Força Nacional não apenas para o sábado, mas para o domingo”, afirmou o senador, momento em que foi desmentido pela apresentadora Camila Bomfim.
“Não, ele não falou isso não. Ele falou que saiu correndo para ir para o gabinete para reunir as Forças e chamar a Celina Leão, que era quem estava no comando ali. Ela não conseguiu falar com nenhum comandante da Polícia Militar”, esclareceu a jornalista.
“Depois, a gente descobriu que a maioria estava de férias decretada pelo Anderson Torres e a partir dali ele [Flávio Dino] começou a dar os comandos. E a Força Nacional não teria homens suficientes para isso, sendo que o cuidado com o patrimônio é dever da Polícia Militar”, ressaltou.