Creche em Caicó terá o nome da professora Ana Maria Félix

A Creche tipo 1 viabilizada pela Senadora Zenaide Maia a pedido do Vereador Andinho Duarte terá o nome da Professora Ana Maria Felix. A Creche modelo será construída no bairro Soledade ao lado da Praça Irmã Josefa onde também será construída a Escola Municipal Monsenhor Tércio. O projeto de lei para o nome da creche é de autoria do vereador Andinho Duarte que destaca o nome de Ana Maria como um dos grandes da educação infantil.

Ana Maria de Araújo nasceu em Caicó no dia 24 de maio de 1965, filha de Ana Martins de Souza e Francisco Doca Sobrinho, mas teria seus próximos 24 anos morando em vários sítios, visto que vinha de uma típica família de zona rural. E foi no sítio, município de Timbaúba dos Batistas, que ela iniciou sua vida de professora quando ainda fazia o curso de Magistério nas famosas salas multisseriados.

Estas salas consistiam em comportar alunos de várias séries ao mesmo tempo. Assim, Ana era professora da 1ª, 2ª e 3ª série ao mesmo tempo, o que lhe daria uma experiência enorme pelos anos seguintes. Dinâmica, criativa, alegre, solícita, musicista, exímia tocadora de pandeiro, e apaixonada por crianças Ana já fazia história entre alunos, pais e pessoal de apoio que a rodeavam.

Aos 24 anos, casou-se com o professor Francisco Félix Filho passando a se chamar Ana Maria de Araújo Félix. O esposo, além de professor, é escritor e teatrólogo, o que fez Ana embarcar pelo mundo das artes cênicas também subindo aos palcos pela primeira vez ainda grávida de sua única filha Agnes Félix. Tal prática cênica a acompanharia pelo resto da vida. Fez o curso de Pedagogia – Administração e várias especializações, entre elas, a de Psicopedagogia.

Trabalhou como professora em várias cidades da região como Caicó, Timbaúba dos Batistas e Jardim de Piranhas como professora nos seguimentos municipal e estadual. No seguimento privado, foi diretora de várias escolas, entre elas, as extintas Tio Patinhas e Tia Gildete. Ao lado da prática pedagógica, além de pertence à Cia. de Teatro Retalhos de Vida, por muitos anos, animou festas e eventos infantis em Caicó e cidades vizinhas. Mas Ana tinha um sonho de dar educação de qualidade a crianças carentes, principalmente, as da região onde morava, a zona oeste de Caicó e da zona rural. Assim, ela bancava estudos de crianças em grande situação de carência econômica e social. Vendo toda aquela dedicação, seu esposo presenteou-a com uma pequena estrutura de escola infantil e ali ela fez história.

Com o nome Escola Criativa, Educando com Arte, Ana Maria iniciou a concretização de seu sonho com um grupo de profissionais que comungavam com seus objetivos. Foi aí que Ana usou toda sua experiência de vida simplória como sitiante, professora das turmas mais tenras e carentes, seus dons artísticos, seus ideais e grande caráter para cumprir a missão à qual meio destinada. O valor das parcelas, o mais baixo da cidade, assim como um alto número de bolsistas facilitavam o acesso do aluno carente a uma escola que tinha um método bem novo e eficaz de ensino.

Quando um pai não podia pagar, Ana negociava com serviços prestados por ele à escola. Quando sabia que uma família estava em condições precárias, ela não só dava a bolsa de estudo à criança como passava a dar cestas básicas até a situação da família melhorar. Tudo isso sem fazer quaisquer distinções de trato a todos os alunos, bolsistas ou pagantes. Foi uma das primeiras escolas a dar uma educação diferenciada a alunos com deficiências cognitivas, físicas ou mentais, muitas vezes, em parceria com a APAE.

Nunca pedia qualquer ajuda extra à família para a realização dos muitos e famosos eventos proporcionados pela escola. Suas festas ficaram célebres em que havia perfeita harmonia entre professores, pessoal de apoio, alunos, família e comunidade. Cada aluno, ao terminar a alfabetização, individualmente, passava pelo crivo da educadora em testes para confirmar outros dos objetivos da escola, ler, escrever e contar.

A parte social e cultural era formada não só por professores preparados para aquilo, mas também pelo oferecimento de modalidades esportivas e artísticas das quais, muitas vezes, ela participava pessoalmente. Era aclamada pelas famílias e alunos que a tinham como ícone no trato e acesso a todos, fosse na escola ou fora dela. Mas, no dia 17 de julho de 2014, aos 49 anos, um acidente vascular cerebral a levou, porém seu legado ficou perpetuado em milhares de pessoas que direta e indiretamente tiveram contato com Ana Maria. Uma missão divina que só se reproduz, a educação.

O projeto segue para votação na Câmara Municipal de Caicó.

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