Moro na mesma rua em que morava o pequeno José. Todas as noites quando chegava em casa, ali, no meio da rua, estava José, brincando com seu irmão e outros coleguinhas. Não tinha lindos carrinho, bonecos bonitos, mas, tinha alegria, eram brincadeiras simples, um jogo de bola, jogo de bila, esconde-esconde, “Policia e Ladrão”, Barra bandeira.
Tinha alegria, inocência.
Em tempos de Covid-19, com as aulas suspensas, pela manhã ou à tarde, quando ia saindo de casa, ali estava o pequeno José, meio tímido, esperava seu irmão falar primeiro comigo, “Oi Roberto” depois ele repetia “Oi Roberto”. Eu respondia “diga presenças, tão cuidando da rua”.
Hoje à noite quando chegar em casa, ao entrar na rua, não vou ver mais o pequeno José. Será um vazio enorme, imenso, em rua tão pequena. Vou olhar para céu e vou ver, uma estrelinha nova, brilhando intensamente, porque o pequeno José, virou uma estrelinha de Deus!
A partir de agora quando for saindo pela manhã ou tarde, não verei mais o pequeno José, brincado, e timidamente falando comigo “Oi Roberto”. Mas, sentirei a presença de mais um Anjo, e esse Anjo vai continuar brincando e cuidando da Rua Araken Bernardo. O pequeno José virou uma estrelinha de Deus!
Oi Roberto…
Diga presença, agora estrelinha e Anjo de Deus!
O pequeno José virou uma estrelinha de Deus!