UOL – Desde o início de 2025, a política comercial dos Estados Unidos mudou radicalmente as regras do jogo para a indústria automotiva global. Com tarifas que chegaram a 25% sobre veículos e autopeças importados, além de novas barreiras contra países como Brasil, Coreia do Sul e China, o governo Trump deflagrou um verdadeiro terremoto no setor.
Algumas montadoras saíram relativamente ilesas, ou até favorecidas. Outras, especialmente as que produzem fora dos EUA, estão tendo que rever estratégias às pressas para conter prejuízos que somam bilhões.
Vamos direto ao ponto: quem ganhou, quem perdeu, e por quê?
As derrotadas
General Motors
A GM é, até o momento, o grupo mais prejudicado pelas novas tarifas. A empresa estima perdas entre US$ 4 a 5 bilhões apenas em 2025, após a aplicação da tarifa de 25% sobre veículos e peças importadas do México e do Canadá, dois países onde a GM mantém grande parte de sua produção.
O impacto foi tão grave que a montadora retirou sua projeção de lucro anual.
Ford
Com cerca de 80% da produção localizada nos EUA, a Ford sofreu menos que a GM, mas mesmo assim projeta um impacto de até US$ 3 bilhões em 2025. A empresa também é afetada pela tarifa de 50% aplicada sobre componentes brasileiros, que encarece partes da sua cadeia de fornecimento.
A Ford já anunciou a expansão de sua fábrica em Indiana, nos EUA, tentando acelerar a produção doméstica para escapar do peso tarifário.
Outras afetadas
Montadoras como Nissan e Volkswagen, que fabricam muitos veículos no México, foram duramente atingidas pelas tarifas. A marca japonesa, por exemplo, passou a oferecer descontos agressivos nos EUA para compensar o aumento de custos.
A Jaguar Land Rover, sem acordo bilateral vigente com os EUA, chegou a suspender temporariamente as exportações ao país. A Audi fez o mesmo com parte de sua produção europeia.