Após um saldo líquido de 1.344 vagas em 2020 (dado revisado nesta terça-feira), o mercado de trabalho formal no Rio Grande do Norte iniciou 2021 com saldo positivo recorde de 2.247 novos postos formais em janeiro. O saldo positivo é o melhor dos últimos dez anos. Na série de 2012 a 2021, o maior e único saldo líquido positivo tinha sido registrado em 2014, quando 1.224 postos de trabalho foram abertos. No restante do período, houve fechamento de postos de trabalho, com pico em 2013 (-2.428). Em janeiro do ano passado, momento pré-pandemia, 1.090 vagas foram fechadas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia nesta terça-feira (16).
O resultado de janeiro decorreu de 14.261 admissões e 12.014 desligamentos. O estoque de contratos via CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) era de 434.448 no mês de janeiro deste ano. Segundo a análise ‘Mapa do Emprego no Rio Grande do Norte’ feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado (Sebrae/RN), o Estado foi o terceiro do Nordeste com melhor saldo líquido positivo. Ficou atrás do Ceará (+7.872) e Bahia (+15.049). No Brasil, foi o 13º com melhor resultado.
A alta de janeiro, no Rio Grande do Norte, foi puxada pelo desempenho dos setores de Serviços e Construção Civil puxaram a alta de janeiro deste ano, com a geração de 1.590 e 1.026 vagas, respectivamente. No comércio o saldo foi de 524 vagas e na indústria de 63. Já o setor Agropecuário, fechou 956 postos, maioria deles no cultivo do melão (-522) e na Pesca e Aquicultura (23), segundo a análise ‘Mapa do Emprego.
O Mapa do Emprego mostra ainda que, no setor Serviços, que liderou o saldo positivo em janeiro, com 6.016 contratações e 4.426 demissões, os destaques foram para as atividades de tele-atendimento e restaurantes e similares, que registraram maior geração de empregos, respectivamente, 447 e 363. Na indústria, a maioria das vagas abertas (45) foi no segmento da extração de minerais não metálicos; no comércio, o maior saldo foi no comércio varejista de produtos farmacêuticos (142); na construção civil, 73,8% dos postos (758) foram abertos na área de construção de edifícios. O setor contratou 2.259 trabalhadores e demitiu 1.233.
Segundo a análise, os cinco municípios com maior geração de vagas foram: Natal (1.347); Parnamirim (646); Extremoz (266) e Caicó (101). O mesmo levantamento aponta os cinco municípios com menor saldo negativo: Baía Formosa (-616); Arês (-353); Mossoró (-141), Macaíba (-138) e Apodi (-136).
Os dados do Caged também mostram saldo positivo recorde no Brasil, de 260.353 carteiras assinadas em janeiro, resutlado de 1,527 milhão de admissões e 1,266 milhão de demissões. No País, esse foi o melhor resultado para o mês em 30 anos, já que a série histórica do Caged se inicia em 1992. Em janeiro de 2020, houve a abertura de 117.793 vagas.
No primeiro mês do ano, 24 Unidades da Federação registraram resultado positivo e apenas três tiveram saldo negativo. O melhor resultado foi registrado em São Paulo com a abertura de 75.203 postos de trabalho. Já o pior desempenho foi de Alagoas, que ainda assim registrou o fechamento de apenas 198 vagas em janeiro. O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada passou de R$ 1.740,08, em dezembro, para R$ 1.760,14 em janeiro.
A abertura líquida de 260.353 vagas de trabalho com carteira assinada em janeiro foi puxada pelos saldos da indústria geral no mês, com a criação de 90.431 postos formais, seguida pelos serviços, que recuperaram 83.686 vagas. Já a construção civil abriu 43.498 vagas, enquanto houve saldo de 32.986 contratações na agropecuária e, no comércio, de 9.848 vagas.
Pequenos negócios abriram 3.380 vagas formais
A análise Mapa do Emprego no Rio Grande do Norte’ feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado (Sebrae/RN), divulgada nesta terça-feira, mostra que os pequenos negóc (17)ios lideram o saldo líquido positivo, com mais de 3.300 novas vagas formais criadas. O levantamento mostra que, em janeiro de 2021, as microempresas (até 19 funcionários) foram responsáveis pela criação de 2.734 postos de trabalho e as empresas de pequeno porte (de 20 a 99 funcionários), 646. Em 2020, as empresas desse porte tinham gerado 11.084 novos empregos com carteira assinada (resultado sem ajuste).
Segundo o levantamento Mapa do Emprego, as grandes empresas (500 ou mais empregados) e as médias empresas (entre 100 e 499 empregados) foram as que mais fecharam postos de trabalho, no primeiro mês do ano, 425 e 716, respectivamente, o que reduz o saldo positivo para 2.247.
De acordo com a série histórica para os meses de janeiro de 2012 a 2021, as microempresas lideram a geração de novas vagas ao longo de todo o período, com picos registrados em janeiro de 2020 (+1.474); 2014 (+1.599); 2015 (+967); 2018 (+846); 2012 (+821) e 2013 (806).
Saldo positivo indica retomada, afirma Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que o resultado recorde do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro, com criação líquida de 260.353 vagas formais, indica a retomada da economia brasileira. Ele repetiu a diferença para outras recessões, em que houve destruição de empregos com carteira assinada. Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 4,1%, mas houve saldo positivo no Caged (112.340 vagas). Guedes apareceu de surpresa no meio da coletiva sobre os dados de janeiro.
O ministro destacou o papel do Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda, conhecido como BEm, na preservação de vagas formais e da concessão do auxílio emergencial para proteger os “invisíveis”. “O BEm foi uma política muito bem formulada, que preservou 11 milhões de empregos, com mais de 20 milhões de contratos”, disse ele.
“O Caged tem mostrado superação muito boa do mercado de trabalho. O Brasil está gerando empregos e evitando demissões, a economia continua viva e pulsando”, avaliou o secretário. “Tivemos mais um Caged histórico em janeiro, o que ratifica nossas expectativas positivas. O resultado mostra o potencial do mercado de trabalho e o acerto de medidas do governo que adotamos no passado, no presente e continuaremos adotando no futuro para a proteção do emprego dos brasileiros”, completou o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco.
TRIBUNA DO NORTE