Por: Rodrigo Rattier – UOL.
Como esperado, o atual prefeito Bruno Covas confirmou o favoritismo das pesquisas e conquistou a reeleição hoje à noite, em São Paulo. Foi mais difícil do que se imaginava. Guilherme Boulos, teoricamente adversário dos sonhos pelo perfil “extremista” de liderança de movimento que “invade casas”, reduziu a dianteira do tucano e, como se diz no mundo do futebol, vendeu caro a derrota. A forma como caiu faz dele vencedor, em muitos aspectos, da disputa eleitoral.
Em toda história de sucesso – ou quase sucesso – há uma dose de elementos circunstanciais. Boulos soube aproveitar uma candidatura petista de baixo apelo popular para ocupar o espaço cativo do PT na capital paulista sem o peso do antipetismo. Usando a base construída na campanha presidencial de 2018, alavancou sua campanha nas redes sociais, vantagem comparativa em uma campanha curta e em meio à pandemia. O perfil no Instagram com mais de 1,2 milhão de seguidores tornou-se referência pop. Boulos escancarou sua casa e transformou o térreo da residência no Campo Limpo um QG transparente de campanha. Foi bem sucedido ao construir uma imagem de pai de família e homem de diálogo, em sua luta obsessiva para afastar a pecha de “radical”.