Em elaboração desde abril pela CBF, o protocolo nacional de volta ao futebol se inspira na liga alemã e terá regras rígidas para o dia do jogo em estádio. O documento prevê credenciamento, em lista elaborada por médico de cada equipe, de no máximo 40 pessoas permitidas para o local de jogo – entre ônibus da delegação, uma van da rouparia e um veículo de passeio.
Será responsabilidade dos clubes conferir o estado epidemiológico de cada um que chega ao estádio, “com ênfase na condição olfativa e aferição de temperatuta com termômetro de infravermelho”, como diz um trecho do documento. O regulamento para os clubes trata também de cuidados no vestiário. Cada um deve usar máscaras (ou “face shield”, aquela máscara com tampo de plástico na frente) e ficar o menor tempo possível dentro do vestiário – limite recomendado de 40 minutos.
Sobre a arbitragem, a CBF, que pretende fazer testes em todos profissionais envolvidos, quer o VAR em funcionamento em suas competições. A ferramenta foi aprovada no Conselho Técnico da Série A e conta com apoio particular do presidente Rogério Caboclo, defensor do sistema apesar dos custos envolvidos e de envolver maior número de pessoas dentro do estádio. Vai caber à Comissão de Arbitragem da CBF fazer seu inquérito epidemiológico para credenciamento da equipe de arbitragem.
A proposta da CBF é de redução do número de testes antidoping. Ao invés de dois por time, um de cada equipe, para diminuir o número de envolvidos na sala de controle. Inicialmente, se debateu excluir o controle de doping, mas o tema foi revisto e esta alternativa foi estudada.
Entrevistas à distância
O futebol como conhecemos hoje vai ser bem diferente. O protocolo prevê acesso ao campo a reduzido número de câmeras, ficando fotógrafos, jornalistas e radialistas, também em acesso reduzido, na tribuna de imprensa, respeitando distanciamento de dois metros para cada posição.
Cena comum na Alemanha, os jogadores vão falar para microfones pendurados em cabos de apoio de TV, sem a presença do repórter no gramado. As entrevistas coletivas serão virtuais, operadas por assessores de imprensa dos times.
Além de mudar o comportamento em comemoração de gols e dentro de campo de maneira geral – com cuidados para evitar contágio após asseio do nariz -, os jogadores de cada time vão entrar em campo, ir para o intervalo e sair do gramado após a partida separadamente, com ordem para não saírem juntos, ao mesmo tempo.
Gandulas e maqueiros – com limite de 10 por jogo – deverão higienizar as mãos com álcool gel e cobrir o rosto com máscaras e “face shield”.