Novos documentos apresentados pela defesa do ex-presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF) mostram que a ministra Carmen Lúcia atuou para impedir o cumprimento de um habeas corpus proferido pelo desembargador Roberto Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), concedido a Lula.
Os advogados alegam que o período de prisão ilegal ao qual o ex-presidente foi submetido poderia ter sido abreviado caso a decisão fosse levada a cabo.
Nos documentos constam as mensagens entre procuradores e outros membros da força-tarefa da Operação Lava Jato, que, conforme revelado extensivamente, evidenciam conduta suspeita no processo do ex-presidente.
No chat do dia 8 de julho de 2018, o procurador Deltan Dallagnol revelou que a ministra telefonou ao então ministro da Justiça Raul Jungmann e ao desembargador federal Thompson Flores, e “mandou não cumprir” a decisão de Favreto.
Confira abaixo as mensagens:
18:13:50 – Deltan: Valeixo [Maurício Valeixo, então chefe da Polícia Federal no Paraná] falou com Thompson que mandou não cumprir até ele decidir
18:13:58 – Deltan: Isso nos dá mais tempo
18:14:18 – Deltan: PGR vai apresentar cautelar de 2p para Laurita [procuradora Laura Tessler] ainda hoje
18:14:35 – Deltan: Carmem Lúcia ligou pra Jungman e mandou não cumprir e teria falado tb com Thompson
18:14:39 – Deltan: Cenário tá bom
Com base nas mensagens, Carmen Lúcia se mostra suspeita para avaliar qualquer eventual ação na Corte relacionada a Lula.