Apesar das fortes chuvas que caíram em vários municípios do Rio Grande do Norte na virada de ano, o volume de chuvas deve ficar dentro da normalidade no mês de janeiro, segundo prevê a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado (Emparn). De acordo com o órgão, as chuvas devem se intensificar apenas a partir de fevereiro, perdurando até maio.
Segundo Gilmar Bristot, meteorologista da Emparn, a condição que favorece as chuvas no mês que vem é o choque entre a umidade vinda da Amazônia e o calor do litoral nordestino. O fenômeno é chamado “Sistema Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN)”, que é uma área onde os ventos nos níveis mais altos da atmosfera giram no sentido horário, fazendo com que o ar seco desça para a superfície.
Segundo ele, é comum o VCAN influenciar o tempo sobre a região Nordeste. No Inverno, ele fica mais afastado da região, no Oceano Atlântico, enquanto que, no Verão, ele se move em direção ao continente.
De acordo com Bristot, ainda não é possível prever a intensidade das chuvas nem quanto elas vão representar de volume para as bacias hidrográficas do Estado. “Tudo vai depender da configuração do vórtice daqui para frente” afirma.
Outros fenômenos também são responsáveis pela formação de chuvas no Nordeste, como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). As ZCAS, neste Verão, são as responsáveis por chuvas mais intensas no estado da Bahia, que se encontra em alerta amarelo.
Há ainda a chamada fase negativa do dipolo Atlântico, que é quando o Atlântico Sul fica mais quente em relação ao Atlântico Norte, na costa Norte do Brasil, e ocasiona chuvas mais intensas no Norte e Nordeste.
Já a Zona de Convergência Intertropical é um dos principais fenômenos meteorológicos que atuam no Verão da América do Sul e é também responsável pela maior parte da chuva da estação em grandes porções das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
RN inicia 2020 com redução no número de reservatórios em situação de alerta
O Rio Grande do Norte iniciou 2020 com redução no número de açudes e barragens que estão com volume abaixo de 30% do total, considerada situação de alerta, segundo a Agência Nacional das Águas. Das 54 unidades de armazenamento de água do Estado, 26 delas estão nesta situação, contra os 36 registros em janeiro de 2019.
Com relação aos reservatórios abaixo dos 30% de volume, em 2 de janeiro de 2020, o Rio Grande do Norte tem 10 reservatórios completamente secos e outros 13 estão sem informação. Em 2019, no mesmo período, também eram 10 as barragens e açudes completamente secos.
Atualmente, o volume total das outras 27 unidades hídricas é de 1,03 bilhão de metros cúbicos. A capacidade máxima de armazenagem é de 4,4 bilhões de metros cúbicos.
Neste ano, de acordo com os números da agência, houve aumento nos volumes registrados pelos principais reservatórios potiguares. A barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, maior unidade do Estado, aumentou 90 milhões de metros cúbicos (m³) ao longo um ano. Atualmente, a estrutura se encontra com 548 milhões de m³, o que significa 23% da capacidade total, que é de 2,3 bilhões de metros cúbicos.