Artigo: Papa Francisco. O Papa dos pobres

Ele chegou ao mundo como Jorge Mario Bergoglio, mas partiu como Francisco — o Papa dos pobres, da paz e da simplicidade. Sua presença, feita de gestos pequenos e grandiosos, foi uma luz suave num mundo tantas vezes mergulhado em sombras. Hoje, o silêncio se espalha entre sinos, preces e lágrimas, pois perdemos um pastor que caminhava com as ovelhas, que beijava os doentes, que abria os braços como abrigo para a humanidade.

Entre tantos momentos que marcaram sua trajetória, há uma imagem que jamais sairá da memória coletiva: a Praça de São Pedro vazia, o mundo recluso, aflito, sofrendo com o medo e a incerteza da pandemia. E lá estava ele. Sozinho. Frágil diante da tempestade, mas imenso na fé. Os olhos voltados ao céu, e o coração entregue por todos nós. Aquele instante, em que Francisco rezou por cada ser humano, simboliza tudo o que ele representou: coragem, amor e compaixão.

Papa Francisco foi mais que um líder religioso — foi voz dos sem voz, foi presença entre os marginalizados, foi esperança nos becos onde o mundo não olha. Ensinou-nos que o Evangelho não é um discurso, mas um gesto; que o verdadeiro poder está em servir, não em dominar. Ele escolheu o nome de um santo que abraçou a pobreza e o fez com verdade. Francisco foi fiel ao nome e ao exemplo.

Hoje, o mundo se curva não diante de uma autoridade, mas diante de um homem que soube ser ponte — entre religiões, entre culturas, entre corações. Um homem que pediu “rezem por mim” em sua primeira aparição, mostrando que, antes do trono de Pedro, vinha o altar da humildade.

A você, querido Papa Francisco, o nosso eterno obrigado. Obrigado por nos lembrar que a ternura é revolucionária, que a bondade é resistência, que a fé deve caminhar com a justiça. Sua partida nos enche de saudade, mas sua vida permanecerá como testemunho de luz para os séculos.

Na memória deste jornalista, e de milhões ao redor do mundo, sua figura solitária na Praça de São Pedro se tornará eterna: não como solidão, mas como presença universal. Porque ali, naquele dia chuvoso e frio, o mundo soube que não estava só.

Texto; Rodrigo Matarazzo*

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