Comitê Científico do Nordeste recomenda pela segunda vez lockdown em Natal e Mossoró

A Comissão Científica do Consórcio do Nordeste para o combate à Covid-19 recomendou que seja realizado um lockdown em Natal e Mossoró, no Oeste potiguar. A recomendação foi entregue na segunda-feira (1º), segundo o neurocientista Miguel Nicolelis, coordenador da comissão.

A medida já havia sido sugerida pela Comissão no mês passado e foi novamente orientada agora. O “lockdown” é a maior restrição possível na atuação contra a doença. Esse tipo de recurso já foi adotado em regiões da Itália, Espanha e China, entre outros países, além do estado do Maranhão e cidades do Pará e Ceará. Trata-se de um bloqueio total da operação quaisquer atividades, com exceção das essenciais.

Nicolelis explica que a Comissão Científica se baseou, para fazer a recomendação, na taxa de ocupação dos leitos, que é superior a 80%, na crescente curva de infectados e mortes provocadas pelo novo coronavírus, e nos baixos índices de cumprimento do isolamento social por parte da população.

A orientação da comissão foi entregue às prefeituras de cada cidade e ao Governo do Estado. Apesar de, neste momento, a recomendação se restringir a Natal e Mossoró, Nicolelis adiantou que, nas últimas 24h, a situação também se agravou em Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Macaíba, todas na Região Metropolitana.

Para Miguel Nicolelis, o Governo Federal não se aproximou de Estados e Municípios para dar condições financeiras para que as pessoas fiquem em casa. A situação se agravou e o momento é, para o neurocientista, de enrijecer as regras de distanciamento social.

Nicolelis disse também que os cientistas da comissão do Consórcio do Nordeste não conseguem enxergar ainda o pico da pandemia no Rio Grande do Norte. “Claramente os dados apontam, em qualquer matriz de risco do mundo, para o momento de lockdown”, afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de flexibilização das normas de isolamento e possível reabertura do comércio na capital e em Mossoró, Miguel Nicolelis reforçou que o cenário não aponta para esse tipo de medida. “Não é momento para abrir o comércio de forma alguma, seria contraproducente”.

G1RN

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