A China anunciou que, nas últimas 24 horas, não registrou nenhum caso de transmissão local do novo coronavírus pela primeira vez desde o início da epidemia de Covid-19 no país, há três meses.
Enquanto Itália, EUA e outros países sofrem com o que se tornou uma pandemia, o caso da China mostra o que pode ser conquistado quando medidas rígidas, de cima para baixo, e sem nenhuma dissidência são postas em prática com um único objetivo.
O feito representa uma reviravolta para o governo chinês, que gerou uma grande onda de revolta pública ao inicialmente esconder e gerenciar mal o surto, incluindo punições a médicos que quiseram elevar o grau de alerta e a pessoas que publicaram sobre os casos crescentes da doença em rede social.
Esses erros do início, segundo críticos, permitiram que o vírus se espalhasse de forma descontrolada pela cidade de Wuhan, forçando o governo a impor restrições draconianas de viagem e quarentena a centenas de milhões de pessoas.
A abordagem autoritária, vista por muitos como um experimento brutal sem precedentes, fez com que o país baixasse rapidamente o número de novas infecções a um imenso custo.
O país, porém, não está fora do perigo de viver novas crises. Boa parte da população não ficou feliz com como o Partido Comunista lidou com o flagelo. Dúvidas foram levantadas sobre a acurácia das estatísticas chinesas. E zerar as infecções locais não significa zerar os novos casos.
Autoridades disseram que 34 novos casos foram confirmados entre pessoas que chegaram de outros países, o que mostra como será difícil para a China ou qualquer país manter o coronavírus longe.
Desde o início da epidemia no país, foram notificados 80.928 casos do novo coronavírus e 3.245 mortes.
Fonte: FOLHAPRESS